Os réus estão vinculados às empresas Transwolff e UPBus, envolvidos em crime organizado e dano moral coletivo no sistema de transporte público.
A Justiça de São Paulo acatou a denúncia do Ministério Público e determinou que 19 dos 26 acusados sejam réus em um processo relacionado ao esquema do PCC. Eles teriam participado de um esquema de lavagem de dinheiro, utilizando empresas de ônibus com contratos com a administração municipal de São Paulo. A investigação revelou detalhes surpreendentes sobre as operações ilícitas ligadas ao sistema de transporte.
O esquema do PCC é um dos casos mais recentes envolvendo uma organização criminosa de grande porte. A atuação desse bando revela a extensão das atividades ilícitas que grupos como essa facção buscam realizar, impactando diretamente a sociedade. A investigação sobre o esquema do PCC demonstra a complexidade das operações de lavagem de dinheiro adotadas por essa organização criminosa.
Investigação revela ligação entre réus e empresas de transporte público na zona sul
Durante a investigação que culminou na recente decisão judicial, ficou evidente a ligação dos réus com as empresas Transwolff e UPBus, atuantes no sistema de transporte público da zona sul da cidade. Essas empresas, apesar de terem sua atuação no transporte de passageiros, mantêm elos com o crime organizado, de acordo com a Promotoria responsável pelo caso.
Um dos principais personagens nesse esquema do PCC é Luiz Carlos Efigênio Pacheco, conhecido como Pandora, apontado como proprietário da Transwolff. Além disso, outras três pessoas ligadas à empresa estão sob investigação. Por outro lado, Silvio Luiz Ferreira, também conhecido como Cebola, dirigente da UPBus, encontra-se foragido, após pedido de prisão, enquanto um dos sócios da UPBus, Alexandre Salles Brito, foi detido pelas autoridades.
A decisão judicial não poupou medidas quanto ao bloqueio de recursos. Mais de R$ 600 milhões da Transwolff foram bloqueados como garantia para o pagamento de dano moral coletivo, conforme solicitação da Promotoria. Esse valor corresponde à renda bruta declarada pela empresa no ano de 2021 à Junta Comercial.
As denúncias que embasaram o pedido de indenização têm origem nas ações de ex-perueiros da extinta Cooperpam, entidade precursora da Transwolff. Segundo relatos, os dirigentes da empresa teriam pressionado os cooperados a abrir mão de suas permissões de operar no sistema de transporte público, sem oferecer qualquer forma de compensação.
Diversas ações judiciais foram movidas por ex-membros da Cooperpam, alegando falta de pagamento de valores previstos estatutariamente após o desligamento. Os relatos apontam que os ex-cooperados teriam sido coagidos a assinar documentos em que abdicavam de seus direitos patrimoniais e financeiros.
Diante desses fatos, a reportagem buscou contato com as empresas envolvidas, porém não obteve retorno. O desenrolar desse caso complexo evidencia a interseção entre o sistema de transporte público, empresas do ramo e o submundo do crime organizado, arquitetado por esse bando que tenta escapar das repercussões de suas ações ilícitas.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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