O Copom decide entre alta de 1,75 e 2 pontos percentuais de juros básicos, para 14% ou 14,25%.
As altas taxas de juros no Brasil continuam a afetar o mercado financeiro, com o país enfrentando um cenário econômico desafiador. Apesar de medidas como o leilão de recompra de NTN-Bs, o mercado de juros não parece se estabilizar.
O mercado de juros tem sido influenciado por fatores como a Selic e as taxas de juros, que têm impulsionado os depósitos interfinanceiros e outros investimentos de risco. A alta demanda por renda fixa tem levado a uma corrida aos juros, com o objetivo de buscar segurança em um mercado incerto. A Selic, que é a taxa de juros básica da economia, tem sido um dos principais motores da alta dos juros, influenciando as taxas de juros das instituições financeiras. É importante notar que essa situação não é somente um problema de juros, mas também um reflexo da incerteza e da volatilidade do mercado.
Os Juros Básicos Brasileiros na Mirante do Ciclo de Aperto Monetário
A curva de juros, um indicador fundamental do mercado financeiro, já está precificando uma taxa Selic de 17,50% ao fim do ciclo de aperto monetário do Banco Central, em dezembro de 2025, o que representa um aumento significativo dos juros. Este aumento é resultado da combinação da política monetária do Banco Central e da incerteza econômica, que levou os investidores a buscar abrigo em ativos de risco maiores.
O Mercado de Opções Digitais de Copom e a Escolha dos Juros Básicos
Para a reunião de janeiro do Copom, as apostas se dividem entre alta de 1,75 e 2 pontos percentuais da Selic, o que levaria os juros básicos brasileiros ao patamar de 14% ou 14,25%, o que foi indicado pelo Copom para acontecer até março. No mercado de opções digitais de Copom, as apostas ainda se concentram em uma alta de 1 ponto percentual da Selic em janeiro, seguindo a indicação da comunicação oficial do colegiado.
A Precificação da Curva de Juros Futuros e do Mercado de Opções Digitais
A diferença entre a precificação da curva de juros futuros e do mercado de opções digitais indica que há um prêmio de risco relevante nas taxas dos contratos de Depósitos Interfinanceiros (DI), que têm tocado seus maiores níveis desde o começo de 2016, mesmo nas de curto prazo. Este prêmio de risco é resultado da incerteza econômica e da percepção de que será difícil o Tesouro recomprar a quantidade total de NTN-Bs.
O Leilão Excepcional do Tesouro e a Dificuldade de Recompra
Nesta manhã, o Tesouro anunciou que irá recomprar até 12 milhões de NTN-B para quatro vencimentos. No entanto, o efeito prático do edital do leilão extraordinário durou poucos minutos e, logo depois, as taxas voltaram a subir. Participantes do mercado notam que, como no leilão de NTN-F de ontem o Tesouro só recomprou 10% dos títulos em relação ao que propôs adquirir, apesar de haver ordens, existe a percepção de que será difícil o Tesouro recomprar a quantidade total de NTN-Bs.
O Pacote de Revisão de Gastos e a Dificuldade de Aprovação
Na avaliação do economista de uma importante gestora de recursos brasileira, somente uma mudança na mentalidade política em Brasília em relação à gestão das contas públicas pode resultar em uma pausa na deterioração dos ativos locais. Mas a barra da crise para gerar alguma mobilização política parece bem mais alta do que no passado. Parece que é preciso piorar para, depois, melhorar.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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