Profissionais destacam-se no Festival Latinidades enfrentando racismo e ocupando espaços minoritários, relatando histórias de pobreza e preconceito.
Jornalistas negras que atuam com excelência no ramo da comunicação e ocupam posições de destaque na mídia, compartilharam suas experiências nesta sexta-feira (26), sobre os desafios enfrentados para combater o racismo estrutural e se destacar em ambientes predominantemente brancos.
Além disso, essas mulheres negras inspiradoras ressaltaram a importância da representatividade e da sororidade no ambiente de trabalho, promovendo a diversidade e a inclusão em todas as esferas da sociedade. A luta diária das jornalistas negras serve de exemplo para futuras gerações, mostrando que é possível superar obstáculos e alcançar o sucesso, mesmo em meio a adversidades.
Jornalistas Negras Enfrentando o Racismo e a Pobreza em suas Carreiras
A renomada apresentadora Luciana Barreto, conhecida por seu trabalho em diversos canais de televisão, incluindo Futura, GNT, BandNews e TV Bandeirantes, atualmente brilha como âncora do Repórter Brasil, jornal da TV Brasil. Em uma emocionante narrativa, Luciana compartilhou as dificuldades que enfrentou para se destacar na indústria, especialmente por ser uma mulher negra em um ambiente predominantemente branco. Ela relembrou momentos desafiadores, como a falta de produtos de maquiagem adequados para sua pele e comentários desrespeitosos sobre sua ascensão profissional.
No Festival Latinidades 2024, realizado em Brasília, Luciana participou do debate ‘Mulheres Negras na Mídia: Inovação e Impacto na Comunicação Pública’, onde expôs a importância de ocupar espaços e combater o racismo estrutural presente na mídia. Ela ressaltou como a televisão foi fundamental para sua jornada de autoconhecimento, revelando as barreiras que as mulheres negras enfrentam para alcançar seus sonhos e se verem representadas na tela.
Outra voz importante no cenário jornalístico é a talentosa Joyce Ribeiro, atualmente no comando do Jornal da Tarde na TV Cultura. Com passagens marcantes pelos principais telejornais do SBT e da TV Record, Joyce fez história ao se tornar a primeira mulher negra a moderar um debate presidencial em 2018. Apesar de suas conquistas, Joyce enfrentou inúmeras adversidades ao longo de sua carreira, incluindo comentários discriminatórios e pressões para desistir de seus objetivos.
A jornalista colombiana Mabel Lorena Lara compartilhou sua trajetória de superação na televisão de seu país, onde precisou lidar com a pressão de se encaixar em padrões eurocêntricos para ser aceita. Mabel relembrou como alisava o cabelo e escondia sua verdadeira identidade em busca de reconhecimento, até o momento em que decidiu abraçar sua autenticidade. Sua história inspiradora foi reconhecida internacionalmente, recebendo prêmios por sua atuação e liderança, inclusive no processo de paz na Colômbia.
Essas jornalistas negras são exemplos de resiliência e determinação, enfrentando o racismo e a exclusão para ocupar espaços historicamente negados às mulheres negras. Suas vozes ecoam como um grito de resistência, desafiando os estereótipos e reivindicando seu lugar de destaque na mídia e na sociedade.
Fonte: @ Agencia Brasil
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