Dieta polêmica não beneficia longevidade; jejum prejudicial a pacientes oncológicos, estudo observacional mostra desregulações metabólicas.
Segundo uma pesquisa recente da Associação Americana do Coração, o jejum intermitente – que consiste em restringir a alimentação a uma janela de oito horas e jejuar por 16 horas – pode aumentar em até 91% o risco de morte por doenças cardiovasculares.
Apesar do aumento no risco de mortalidade, o método alimentar alternado ainda é amplamente praticado por muitas pessoas em busca de benefícios para a saúde. É importante lembrar que qualquer tipo de restrição alimentar deve ser feito com acompanhamento profissional, a fim de evitar possíveis complicações à saúde.
O Poder do Jejum Intermitente na Saúde Cardiovascular
Os pesquisadores também relataram que aqueles com doença cardiovascular preexistente que consumiam todas as suas calorias entre uma janela de oito a dez horas tinham um risco 66% maior de morrer de doença cardíaca e acidente vascular cerebral (AVC).
Benefícios do Jejum Intermitente em Pacientes com Câncer
Além disso, foi constatado que, entre os pacientes com câncer, aqueles que não praticavam jejum e consumiam suas calorias diárias ao longo de uma janela de 16 horas tinham um risco menor de mortalidade por câncer do que aqueles que comiam em um período de tempo mais restrito.
A Popularidade do Jejum Intermitente como Estratégia de Restrição Alimentar
O jejum intermitente, há algum tempo, tornou-se uma maneira popular de ajudar a perder peso, melhorar o colesterol, aumentar o metabolismo e, supostamente, reduzir o risco de certas doenças crônicas. O estudo afirma que a maioria dos ensaios clínicos randomizados de curto prazo descobriu que a dieta, de fato, melhora certas medidas de risco cardiometabólico.
Porém, os efeitos a longo prazo não são conhecidos. Assim com os resultados obtidos, o objetivo dos autores é incentivar uma abordagem mais cautelosa e personalizada para recomendações dietéticas, garantindo que estejam alinhadas com o estado de saúde individual e as evidências científicas mais recentes.
A Importância de Estudos Observacionais em Relação ao Jejum Intermitente
Coleta de dados e limitações do estudo A pesquisa, que afirmou não ter encontrado benefícios do jejum intermitente para a longevidade, analisou um grupo de 20.000 adultos que responderam a perguntas sobre seus padrões alimentares para as pesquisas anuais realizadas pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos entre 2003 e 2018.
Todas essas descobertas foram feitas em comparação com pessoas que comeram entre 12 e 16 horas por dia. Continua após a publicidade Porém, os cientistas ressaltam que o estudo foi observacional, ou seja, foi realizado a partir de análise de dados. Então, é difícil tirar conclusões definitivas.
Além disso, ele não permite a análise de um possível terceiro fator que pudesse estar relacionado a essas mortes, uma vez que os estudos observacionais, por sua própria natureza, não podem provar causa e efeito. Contudo, o que é certo é que as descobertas se somam ao crescente corpo de pesquisas sobre os prós e contras do jejum intermitente.
Os Impactos do Jejum Intermitente na Regulação Metabólica
O aumento do risco constatado pela entidade pode ser devido a potenciais desregulações metabólicas, incluindo resistência à insulina, níveis elevados de açúcar no sangue e aumento da inflamação — todos os quais são fatores de risco para doenças cardiovasculares.
Isto porque, segundo os cientistas, seguir um ‘padrão alimentar extremo’ pode levar a deficiências ou desequilíbrios nutricionais. Por exemplo, restringir a ingestão de alimentos a uma janela de oito horas pode levar ao consumo excessivo durante o período de alimentação.
Desafios e Recomendações para a Adoção de Metas Alimentares Extremas
O jejum prolongado pode desencadear ainda respostas de estresse no corpo, o que pode elevar o cortisol e impactar a saúde cardiovascular.
Fonte: @ Veja Abril
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