Itaú tem vantagem sobre bancos tradicionais, mas enfrenta desafios com concorrentes digitais, investimentos em tecnologia e macroeconomia.
O Itaú tem se destacado no mercado financeiro, principalmente devido aos investimentos em tecnologia realizados pelo Itaú Unibanco, conforme mencionado pelo presidente da Itaúsa, Alfredo Setubal. Essa estratégia tem proporcionado uma vantagem competitiva em relação aos concorrentes do setor, destacando a preocupação constante do banco em se manter inovador e em constante evolução.
Com a ascensão de novos rivais no mercado, o Itaú, como banco tradicional, precisa estar atento às mudanças e adaptar suas estratégias para se manter relevante e competitivo. A experiência e solidez do Itaú Unibanco são pontos fortes que devem ser explorados para garantir a liderança no setor financeiro, mesmo diante de um cenário cada vez mais desafiador.
Itaú Unibanco: Estratégia e Concorrência
Entre eles, citou nominalmente o Nubank.
‘Entre os incumbentes, tem instituições muito sólidas, bem geridas, que circunstancialmente passam por dificuldade maior de resultado, ligado à inadimplência do crédito. O Itaú foi mais cauteloso’, afirmou em entrevista a jornalistas após divulgar os resultados da Itaúsa no quarto trimestre, sem citar nomes.
Foco nos Competidores Digitais
Bradesco e Santander foram os que mais sofreram no atual ciclo de piora da inadimplência entre os grandes bancos.
Com essa vantagem sobre os rivais tradicionais, Setubal disse que o Itaú está de olho nos competidores digitais, alguns dos quais, segundo ele, fazem um trabalho muito bom e estão expandindo a oferta de produtos.
Expansão da Oferta de Produtos e Transformação Digital
‘Hoje, em relação aos bancos tradicionais, estamos mais bem posicionados, mas eles vão reagir também, já estão reagindo, e não podemos deixar de reconhecer o bom trabalho dos bancos digitais’, disse. ‘Então, temos de ficar atentos a isso.
A estratégia do Itaú é continuar sendo o maior banco do país e acho que, com os investimentos que fizemos, conseguimos tirar um pouco da diferença para os bancos digitais.’
Setubal elogiou o Nubank, que com seus quase 80 milhões de clientes no Brasil, e alto nível de principalidade, é, de acordo com ele, um ‘player competente e que veio para ficar’.
Consolidação e Competitividade
‘É um banco bastante consolidado e que com certeza vai entrar em outros segmentos de produtos financeiros, não tenho dúvidas. Ele tem escala, resultados crescentes. Dos bancos digitais, me parece o mais bem posicionado do ponto de vista tecnológico, de estratégia, capital, depósito’, afirmou.
Ganho de Eficiência e Redução de Custos
O presidente da Itaúsa disse não esperar que bancos tradicionais comprem instituições digitais, mas não descarta alguma consolidação entre os novos entrantes.
De acordo com ele, o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido, na sigla em inglês) do Itaú deve continuar em torno de 20% nos próximos anos, num cenário em que o banco continua reduzindo custos e tentando elevar receitas, sem descuidar do investimento em tecnologia.
Desafios e Estratégias Futuras do Itaú
‘O Itaú continua muito focado em ganho de eficiência, transformação digital, mas os desafios são grandes e estamos longe de achar que o Itaú está com o jogo ganho, temos de ir ajustando para continuarmos competitivos, principalmente em relação aos bancos digitais, que vêm ganhando mercado no Brasil.’
Setubal afirmou que um eventual fim dos juros sobre capital próprio (JCP) poderia ter um efeito positivo de quase R$ 500 milhões para a Itaúsa, mas seria ruim para suas investidas, sobretudo para o Itaú.
Posição na XP e Cenário Macroeconômico
Segundo o executivo, se houver uma mudança no JCP, a lógica seria que do outro lado houvesse uma redução nas alíquotas dos impostos que o banco paga. No entanto, lembrou que o governo vem dando a entender que essa discussão deve ficar mais para frente.
A ideia é que o Itaú vá reduzindo a fatia que ainda detém na XP, atualmente de cerca de 7,5%, mas sem pressa, disse.
Redução de Participação na XP e Estratégia de Vendas
‘Essa participação já foi de quase 12%, o banco vendeu cerca de 2%, depois mais 2%, e agora está em torno de 7,5%. A ideia é ir reduzindo, mas sem pressa, com o preço adequado.
Até porque o Itaú não tem a mesma necessidade de caixa da Itaúsa, que fez essa venda de maneira um pouco mais acelerada.’
O Itaú será cauteloso com essas vendas, que devem acontecer no longo prazo, acrescentou.
Desafios do Cenário Macroeconômico
‘Até porque a XP vai bem, tem crescido, teve resultado ok, então não tem urgência.’
A Itaúsa teve um ganho de capital de R$ 1,789 bilhão com a venda de ações da XP no ano passado, zerando sua posição na companhia. Desde 2021, quando começou a vender os papéis, a holding teve um ganho de capital de R$ 5,243 bilhões.
Interferências e Análises de Risco
O preço médio atualizado (pelo CDI) das ações vendidas desde então é de R$ 132 por papel, mais do que o fechamento desta terça-feira, de US$ 25,01 (cerca de R$ 125,78).
Em relação ao cenário macro, Setubal disse que os juros ainda são elevados e, assim, o custo de oportunidade para novos investimentos é alto.
Impacto nas Decisões de Investimento
No contexto local, ele apontou que a questão fiscal é sempre acompanhada pelos investidores. Já o estrangeiro olha também para outros fatores. ‘Para o investidor estrangeiro, essa política de interferência nas estatais, de tentativa de interferência em uma companhia como a Vale, não ajuda em nada na tomada de decisão do ‘chairman’ de um conselho de uma empresa.
Evidentemente, vão considerar isso nas análises de risco.’
Setubal acrescentou que o Brasil tem um judiciário lento e um governo mais ‘estatista’. ‘É um governo com um direcionamento maior de investimentos para o setor público, e tudo isso é levado em consideração pelo conselho de uma empresa internacional que pode investir em qualquer lugar do mundo.’
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Fonte: @ Valor Invest Globo
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