Cesar Gon, CEO da Ci&T, acredita que tecnologia esteja ‘subestimada’ para a próxima década, com o uso de modelos multimodais e GPUs impulsionando o poder de computação.
A expectativa em relação à inteligência artificial no mercado internacional está crescendo, com cada vez mais investidores de olho nesse setor. No entanto, 2023 pode ser um ano de ‘surpresas’, especialmente no que diz respeito aos avanços nos modelos multimodais, que incorporam não só texto, mas também vídeos e outros recursos multimídia.
A IA está se tornando uma peça fundamental em diversas áreas, desde a medicina até a indústria automotiva. A evolução dessas tecnologias promete revolucionar o modo como interagimos com as máquinas, proporcionando mais eficiência e praticidade em nosso dia a dia. A inteligência artificial é uma verdadeira aliada para o futuro, trazendo inovação e possibilidades nunca antes imaginadas.
Inteligência Artificial e o Futuro das Empresas
Essa é a visão de Cesar Gon, CEO da CI&T, empresa de tecnologia da informação e desenvolvimento de software, que falou sobre o assunto em um painel do fórum de investimentos anual promovido pelo Bradesco BBI. Segundo o especialista, há muita expectativa sobre essas plataformas multimídia. Contudo, existe um limite de disponibilidade de dados.
‘Acessar texto é muito mais fácil do que imagens e vídeos: ambos os recursos costumam ter direitos autorais que impedem o seu uso, diferente do texto, que geralmente já está em domínio público’. Além disso, aponta, recursos multimídia são mais dependentes das unidades de processamento gráfico (GPUs) e demandam maior poder de computação e energia.
Ou seja, exigem mais investimentos para que sejam processados pela tecnologia. Esses obstáculos não são simples de serem ultrapassados, e demandam tempo. Por conta disso, Gon acredita que a tecnologia esteja ‘superestimada’ para os próximos dois anos, e subestimada para os próximos dez.
Como escolher empresas para investir em Inteligência Artificial
Para o especialista, empresas mais expostas aos seus consumidores serão as primeiras a usar a tecnologia, e o primeiro parâmetro de que estão prontas para utilizá-la será a maturidade de sua base de dados. ‘Não bastará ter quantidade, mas também uma cultura de manejar e tratar esses dados’.
Sinais de que uma empresa poderá ter ganhos de eficiência e produtividade com a inteligência artificial e, como consequência, ser alvo de investimentos é verificar se ela trata a tecnologia como estratégia, e se há conhecimento sobre tecnologia pelos membros da direção e conselho.
‘Acho ingenuidade que uma empresa que não usa tecnologia em seus processos acredite que vá se transformar em uma empresa que usa IA em dois ou três anos. A Magazine Luíza é um caso de empresa que usa tecnologia em seu negócio, mas essa transformação levou décadas’, conclui Gon.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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