Alta de preços atinge mais famílias com renda muito baixa e baixa, afetando grupos vulneráveis como habitação e alimentos.
As notícias são claras: em setembro, a inflação avançou para todas as faixas de renda, comparado ao mês anterior. Isso é uma variável importante para qualquer brasileiro, pois afeta diretamente o poder de compra. Além disso, o aumento dos preços foi mais significativo para as famílias de renda mais baixa, o que pode ser um grande desafio para elas.
De acordo com o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, o segmento mais afetado pela alta inflação foram os grupos com renda mais baixa. Isso significa que a taxa de inflação foi mais alta para essas famílias, o que pode impactar negativamente sua renda. Além disso, a inflação também afetou a faixa de renda média, mas em menor grau. É importante notar que a inflação é um fenômeno que afeta todos os brasileiros, independentemente da faixa de renda. Portanto, é fundamental que os governos e os setores econômicos trabalhem juntos para controlar a inflação e proteger a renda das famílias.
Índice de inflação cresce em setembro para todas as classes de renda
Para os domicílios com renda muito baixa, a inflação avançou de -0,19%, em agosto, para 0,58%, em setembro. Entre as famílias de renda mais alta, o índice aumentou de 0,13% para 0,33% no período. Neste cenário, a inflação atinge a maior alta no acumulado do ano (3,43%) na faixa de renda baixa, enquanto o segmento de renda alta apresenta a taxa menos elevada (2,92%). Juntando os dados de setembro, a faixa de renda baixa apresenta a maior alta inflacionária no acumulado do ano, enquanto o segmento de renda alta apresenta a taxa menos elevada.
Já no acumulado em 12 meses, as famílias de renda média baixa apresentam a menor taxa de inflação (4,28%). A faixa de renda alta registra a taxa mais elevada (4,72%). Os grupos alimentos e bebidas e habitação foram os principais pontos de descompressão inflacionária para praticamente todos os estratos de renda. Enquanto as famílias de renda mais baixa foram impactadas pelas altas dos alimentos no domicílio e das tarifas de energia elétrica, as de renda alta, mesmo diante de uma pressão vinda dos reajustes das passagens aéreas, tiveram uma aceleração inflacionária um pouco menos intensa no período. Isso ocorre porque a contribuição vinda dos aumentos dos alimentos e da energia foi proporcionalmente menor que a observada nas primeiras faixas de renda.
Os efeitos adversos do clima, especialmente sobre os preços das carnes (3%) e das frutas (2,8%), definem, em grande parte, a contribuição positiva à inflação de setembro. Ao mesmo tempo, como consequência da forte seca sobre os níveis dos reservatórios, a adoção da bandeira vermelha, em setembro, gerou um reajuste de 5,4% das tarifas de energia elétrica, explicando a pressão exercida pelo grupo habitação. No caso das famílias de renda alta, a inflação ainda foi impactada pelo aumento de 4,6% dos preços das passagens aéreas.
Ainda assim, a inflação de setembro foi amenizada para todas as classes sociais devido à melhora no comportamento do grupo despesas pessoais. Isso foi reflexo da queda dos serviços de lazer e recreação, sobretudo com a deflação de 8% dos ingressos de cinema, teatros e concertos. Na comparação com setembro de 2023, houve aceleração da inflação para as quatro primeiras classes de renda, em especial para os segmentos de rendas mais baixas. As duas primeiras faixas registraram em setembro do ano anterior, respectivamente, -0,02% e 0,08%; já no mês passado, apresentaram as respectivas altas de 0,58%, e 0,55%. Em contrapartida, as classes de renda média alta e alta apontaram uma inflação menor em 2024, comparativamente à registrada no ano anterior.
Em grande parte, a aceleração da inflação de setembro em relação ao registrado no mesmo período do ano passado para as classes de rendas menores é explicada pela piora no desempenho dos grupos alimentação e habitação, mesmo diante do impacto menor por parte dos combustíveis. No caso dos alimentos, as deflações apontadas pelas frutas (-0,38%), pelas carnes (-2,1%), pelos leites e derivados (-2,2%) e pelos óleos e gorduras (-0,07%), em 2023, cederam lugar para as respectivas altas de 2,8%, 3,0%, 1% e 2,2%, em 2024.
Fonte: @ PEGN
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