Fundos investindo em CRIs buscam solução para obras com novos aportes e cláusulas restritivas em documentos públicos.
Empresas de construção de pequeno e médio porte têm buscado investidores de certificados de recebíveis imobiliários (CRI) para renegociar condições de dívidas. Essa ação acontece em um momento de elevação dos custos de construção e em um contexto de crédito ainda limitado, evidenciando a necessidade de parcerias estratégicas com incorporadoras.
A demanda por soluções financeiras inovadoras tem impulsionado as incorporadoras a explorarem novas alternativas para viabilizar seus empreendimentos imobiliários. Nesse cenário desafiador, a colaboração com investidores de CRI se destaca como uma estratégia promissora para as empresas do setor, permitindo a reestruturação de dívidas e a continuidade de projetos essenciais para o mercado imobiliário.
Desafios enfrentados pelas incorporadoras no mercado imobiliário
Enquanto as grandes incorporadoras buscam certificados para garantir os recursos necessários para finalizar os empreendimentos, as médias empresas de construção negociam aportes novos ou a possibilidade de atrasar o pagamento da remuneração, podendo deixar de cumprir cláusulas restritivas. As atas de assembleias de investidores de CRI realizadas nos últimos meses, documentos públicos enviados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), registram essas complexas negociações.
Um exemplo claro dessas negociações é o caso da incorporadora Zarin Participações, sediada no interior paulista, que em abril conseguiu aprovar com os ‘crizistas’ a concessão de uma carência de seis meses para o pagamento de amortização da dívida. Outro caso relevante é o da incorporadora Manhattan, com sede no Ceará.
Os investidores aprovaram a liberação de recursos do fundo de reserva para a evolução das obras, conforme registrado na ata da reunião realizada em 26 de abril. Essas medidas visam garantir o andamento dos empreendimentos e minimizar os custos de construção, em meio a um cenário desafiador no mercado imobiliário.
A necessidade de garantir o cumprimento de prazos e custos de construção tem levado as incorporadoras a buscar alternativas para viabilizar seus projetos, enfrentando questões como a obtenção de certificados e a negociação de aportes com investidores. A transparência dessas negociações, registrada em documentos públicos, reflete a complexidade do setor e a importância de se adaptar às condições do mercado.
Em um cenário marcado por cláusulas restritivas e desafios financeiros, as incorporadoras precisam adotar estratégias criativas para garantir o sucesso de seus empreendimentos e manter a confiança dos investidores. A flexibilidade demonstrada por empresas como Zarin Participações e Manhattan destaca a importância de se adaptar às condições do mercado e buscar soluções inovadoras para enfrentar os desafios do setor imobiliário.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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