Consultor Carlos Cogo estudou prêmios e perdas de produtores no biênio 2024/25, analisou déficit e logística em exportações de grãos, incluindo cereais, efeitos sobre agroindústrias. Negócios em campo: investimentos, receita obtingida, montante e safas de grãos, déficits e lucros para produtores. (142 caracteres)
Penalidades desfavoráveis nos portos impactarão significativamente as exportações brasileiras de soja e milho nos próximos dois anos. Segundo análises do consultor Carlos Cogo a pedido da Kepler Weber, haverá uma redução de R$ 41,4 bilhões no setor no biênio 2023-2024 devido aos prêmios negativos a serem enfrentados.
Além disso, a imposição de penalidades resultará em consequências desafiadoras para os produtores rurais da região. A expectativa de recompensas e prêmios decorrentes dessas exportações será impactada negativamente, exigindo estratégias alternativas para mitigar os efeitos negativos no mercado.
Impacto dos prêmios negativos no setor de grãos
Em parte, a situação reflete o considerável déficit de armazenamento de grãos no Brasil, apesar dos investimentos dos produtores e agroindústrias nessa área no segundo semestre do ano passado. Os prêmios de exportação apresentam variações que podem ser favoráveis ou desfavoráveis, dependendo de fatores como preços no mercado interno, câmbio, frete marítimo e logística, além da origem e destino dos grãos.
Ser favorável significa um acréscimo positivo, mas se as condições não estão favoráveis, os prêmios podem se tornar negativos. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a receita proveniente das exportações de soja em grãos atingirá cerca de US$ 100 bilhões no biênio 2023-2024. Por outro lado, os prêmios negativos nos portos resultarão em uma perda de R$ 20,1 bilhões, conforme apontado pelo estudo.
Em 2023, os prêmios apresentaram valores negativos entre março e julho. Já em 2024, o cenário de prêmios negativos persiste desde janeiro e só se espera uma mudança a partir de maio. No caso do milho, as perdas são ainda mais evidentes, com o impacto negativo dos prêmios totalizando R$ 21,2 bilhões nos dois anos.
O estudo mostra que em 2023, os prêmios negativos afetaram os exportadores de milho de maio a setembro. Em 2024, a situação complicou-se já em abril. Bernardo Nogueira, CEO da Kepler Weber, ressaltou a crescente urgência da logística e armazenagem no agronegócio brasileiro.
Importância dos investimentos no setor de grãos
O déficit de estocagem de grãos já alcança cerca de 100 milhões de toneladas no país e a tendência é de aumento na próxima safra de 2024/25. Produtores e agroindústrias mais precavidos estão aumentando os investimentos para se prevenir das oscilações do mercado.
Os investimentos ganharam impulso significativo no segundo semestre do ano passado e já estão refletindo nos resultados das empresas do setor agrícola. Por exemplo, a Kepler Weber registrou um aumento de 17,7% na receita líquida no primeiro trimestre de 2023, atingindo R$ 380,3 milhões em comparação com o mesmo período de 2022. O Ebitda ajustado também cresceu 18%, chegando a R$ 91,3 milhões, e o lucro líquido teve um incremento de 2%, totalizando R$ 52,2 milhões.
Esses avanços foram impulsionados pelos projetos implementados pela empresa em propriedades voltadas para a produção de grãos, com ênfase em fazendas localizadas na região Sul do Brasil. Assim, fica evidente que os investimentos adequados podem ajudar a mitigar os impactos negativos dos prêmios no setor de grãos e garantir maior estabilidade e rentabilidade para os envolvidos.
Fonte: @ Info Money
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