Mercado de capitais acompanha dados de inflação pelo mundo antes da ‘Superquarta’. Especialistas esperam forte volatilidade até a próxima reunião de política monetária no Brasil e nos EUA.
O Ibovespa iniciou a semana em alta, impulsionado pelo avanço do minério de ferro e do petróleo. Esse movimento positivo foi reforçado pelo aumento nos preços de papéis de bancos, que representam uma parcela significativa da carteira teórica.
Com esse cenário, o principal índice de ações da Bolsa brasileira subiu 0,12%, atingindo 134.737 pontos. O mercado está reagindo positivamente às variações nos preços dos commodities. No mês, o Ibovespa ainda apresenta uma queda de 0,93%, mas o Índice tem demonstrado resiliência diante das flutuações do Mercado.
Reação do Ibovespa
O Ibovespa, índice oficial da Bolsa de Valores de São Paulo, manteve uma leve alta de 0,41% no ano. No entanto, o giro financeiro foi baixo, alcançando apenas R$ 12 bilhões, abaixo da média diária de R$ 16,6 bilhões nos últimos 12 meses. Esse movimento é comum quando os investidores vendem papéis para auferir lucros após uma sequência de altas, e também quando partem para as compras após uma série de quedas.
Reação do Mercado
Foi o que aconteceu nas bolsas de Nova York, da Europa e, em um grau mais moderado, também no Brasil. ‘Tivemos uma última semana difícil para as bolsas, com saída de fluxo estrangeiro da bolsa brasileira, tentando diminuir risco. Essa semana começa agitada, com dados de inflação pelo mundo, inflação na China em 0,3% ao ano e risco real de deflação’, afirma Hemelin Mendonça, especialista em mercado de capitais e sócia da AVG Capital.
Dólar e Inflação
O dólar registrou leve recuo ante o real, caindo 0,15%, negociado a R$ 5,58. No mês, a moeda acumula desvalorização de 0,90, mas segue com alta de 15% no ano. A semana antecede a aguardada Superquarta, quando haverá decisões sobre a política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, no dia 18 de setembro. Até lá, os olhos do mercado estarão voltados para dados de inflação.
Dados de Inflação
Nesta terça, sai o índice oficial do Brasil, o IPCA referente a agosto. A expectativa é de que haja estabilidade frente ao resultado do IPCA-15. Para 12 meses, a mediana das estimativas aponta desaceleração para 4,27%, vindo de 4,50% em julho e com projeções de 4,15% a 4,37%. Também esta semana sairão os dados de inflação ao consumidor nos EUA (CPI, na sigla em inglês), na quarta-feira, e ao produtor, na quinta.
Reação do Mercado
Esses dados ajudarão os investidores a recalibrar suas apostas no tamanho do corte de juros aguardado para o dia 18. Se vierem abaixo do consenso, a reação pode ser de aversão ao risco, por entender que o país se encaminha para um cenário de recessão. Deve haver ainda um crescimento na parte do mercado que vê uma redução mais agressiva, de 0,50 ponto em vez de 0,25.
Relatório de Emprego
‘O que movimenta também a bolsa são os dados do Payroll (relatório de emprego) de sexta que vieram abaixo do esperado, de 164 mil novas vagas. Em vez disso, foram criados 142 mil empregos, em linha com o do mês anterior (143 mil), o que não ajudou a definir se o corte nos EUA será de 0,25 ou 0,50, então os investidores estão aguardando os dados do CPI e do PPI’, afirma Mendonça.
Previsões
Após PIB forte divulgado na semana passada, a previsão para Selic e inflação subiram no Boletim Focus desta segunda-feira. Em resumo, a pesquisa trouxe mudanças como o aumento da Selic para 2024 para 11,25% (antes 10,50%) e para 2025 10,25% (antes 10%). Também se elevaram as projeções para IPCA 2024 4,30% (antes 4,26%), do PIB 2024 2,68% (antes 2,46%) e para o câmbio no final deste ano R$ 5,35 (antes R$ 5,33).
Política Monetária
Enquanto nos EUA, é esperado um corte de juros, no Brasil o movimento deverá ser contrário. A maior parte do mercado vê um aumento da taxa básica, Selic nesta próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Fonte: @ Valor Invest Globo
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