LepVax, vacina inédita contra a hanseníase, será testada em pessoas de 18 a 55 anos que nunca tiveram a doença e causam lesões na pele e nos nervos, em ensaio clínico da LepVax, a vacina pioneira contra a hanseníase, conhecida no passado como lepra.
Uma vacina revolucionária contra a hanseníase, uma das principais causas de incapacidade no mundo em desenvolvimento, está sendo testada em humanos, após aprovação da Anvisa na segunda-feira, 14.
A vacina, batizada de LepVax e desenvolvida pelo Instituto Butantan, visa oferecer proteção contra a doença, responsável por causar lesões na pele e nos nervos, levando muitas vezes a perda de membros. A hanseníase, também conhecida como lepra, atingiu 230 mil pessoas em todo o mundo em 2020. A vacina está sendo testada em 150 voluntários saudáveis em 32 cidades brasileiras.
Novas Ferramentas Contra a LepVax
Em 2023, a Fiocruz está testando uma vacina inédita contra a hanseníase, conhecida como LepVax. O imunizante será avaliado em cidades brasileiras por pessoas que nunca tiveram a doença. A hanseníase é uma das doenças mais antigas conhecidas pelo homem e é uma grande preocupação para os países pobres, onde ela é mais comum. O Brasil concentra 90% dos casos da hanseníase na América Latina. A cada quatro minutos, um novo caso de hanseníase é registrada no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já apontou que precisamos de novas ferramentas para o controle da doença e que a população afetada pela hanseníase merece uma vacina. A líder científica do ensaio clínico da LepVax, Verônica Schmitz, afirmou que o objetivo é avaliar a segurança, tolerabilidade e imunogenicidade da vacina.
Desenvolvimento da LepVax
A LepVax é a primeira vacina desenvolvida para a bactéria Mycobacterium leprae, causadora da hanseníase. Em camundongos, a vacina demonstrou ser capaz de prevenir e tratar a doença. A eliminação sustentada da hanseníase como problema de saúde pública requer uma vacina. A LepVax surge como uma vacina profilática e terapêutica, que pode contribuir para as metas de controle da doença. O desenvolvimento da vacina é um esforço coletivo, com apoio de entidades filantrópicas e governamentais. O projeto começou em 2002 com o financiamento da American Leprosy Missions (ALM) e do Access to Advanced Health Institute (AAHI), ambos dos Estados Unidos. O Japão também forneceu apoio através do Global Health Innovative Technology Fund’ (GHIT Fund) e da Fundação de Saúde Sasakawa. O Brasil teve como patrocinadores o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e o Ministério da Saúde.
A Hanseníase
A hanseníase é uma doença conhecida há mais de 4 mil anos e é causada pela bactéria Mycobacterium leprae. A doença se espalha por meio de tosse, espirro ou fala e causa lesões na pele, como manchas brancas, avermelhadas ou acastanhadas. Embora as lesões não sejam contagiosas, a doença tem causado preconceito ao longo dos anos e é um exemplo a não ser seguido diante de doenças infecciosas. Os pacientes com hanseníase podem apresentar sensibilidade nas lesões, formigamento nas mãos e pés e nódulos pelo corpo, além de comprometimento dos nervos. O tratamento da hanseníase é eficaz e pode ser administrado por meio de medicamentos, mas a doença pode levar a sequelas permanentes se não for tratada adequadamente.
Fonte: @ Veja Abril
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