Alunos do ensino médio temem atraso na data da formatura devido à defasagem de conteúdo. Interrupção de assistência estudantil no ensino superior afeta gastos extras.
Muitos educadores e funcionários dediversas instituições de ensino em todo o país decidiram entrar em greve para reivindicar melhores condições de trabalho e salários justos.
Essa paralisação está causando impactos significativos na rotina acadêmica dos estudantes, que precisam se adaptar a essa nova realidade.
Impacto da Greve nas Instituições de Ensino
Compreendendo as reivindicações dos funcionários, é importante destacar as preocupações dos estudantes durante a greve. Além das questões salariais e orçamentárias, os alunos lamentam a perda de conteúdo pedagógico, especialmente aqueles cursando o ensino médio em institutos federais, que já enfrentam defasagens decorrentes do período de paralisação causado pela pandemia.
Um dos principais desafios apontados pelos estudantes é o calendário corrido que se desenha após o fim da greve. A reposição de aulas durante as férias e a sobrecarga de matéria ministrada num curto período após a normalização trazem apreensão quanto ao aprendizado efetivo.
A incerteza sobre a data da formatura também impacta diretamente os alunos, pois a possibilidade de atraso na inserção no mercado de trabalho formal gera preocupações. Além disso, o receio de ficar de fora dos processos seletivos para universidades, como Sisu e Prouni, no ano seguinte, aumenta a ansiedade dos estudantes.
Os gastos extras relacionados à alimentação são uma preocupação real para muitos alunos. Com o fechamento de restaurantes universitários que ofereciam refeições acessíveis, alguns estudantes enfrentam dificuldades para se alimentar adequadamente, o que impacta diretamente sua saúde e desempenho acadêmico.
A paralisação de projetos de pesquisa devido à limitação de acesso a bibliotecas e à interrupção de mentorias de TCC também é um ponto crítico durante a greve. O atraso na concessão de auxílios estudantis, causado pela paralisação do setor administrativo, prejudica financeiramente muitos alunos que dependem desses recursos para continuar seus estudos.
Diferenças na Adesão à Greve pelas Instituições
É importante ressaltar que os níveis de adesão à greve variam em cada instituição de ensino. Nem todos os setores das universidades e institutos estão paralisados, o que gera impactos diferenciados na rotina acadêmica de cada local.
Em algumas universidades, parte dos professores não aderiu à greve, enquanto em outras, são apenas os técnicos que interromperam suas atividades. Um exemplo disso é a Universidade Federal Fluminense (UFF), onde todos os docentes continuam trabalhando, apesar do fechamento temporário do restaurante universitário.
Alunos como Luísa Cattabriga, da UFF, compartilham suas dificuldades durante a greve, especialmente relacionadas à alimentação. A falta de acesso a refeições a preços acessíveis afeta diretamente o dia a dia desses estudantes, aumentando seu desgaste físico e emocional.
A preocupação da presidente da UNE, Manuella Mirella, com os alunos mais vulneráveis durante a greve é legítima. O risco de evasão estudantil cresce à medida que a paralisação se prolonga, afetando diretamente a continuidade dos estudos de muitos jovens que dependem do ambiente acadêmico para se manterem e se desenvolverem.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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