Britânico registrou empresas em Hanoi que manipulam algoritmos para aumentar tráfego online e engajamento em mídias sociais. Conscientização sobre o fenômeno é essencial.
Click farms são empresas que oferecem serviços de cliques falsos em anúncios online, redes sociais e vídeos, com o objetivo de inflar métricas e enganar os algoritmos. Essas práticas fraudulentas prejudicam a credibilidade das plataformas e impactam diretamente os anunciantes, que acabam pagando por interações que não trazem resultados reais.
As fazendas de cliques são cada vez mais comuns no mercado digital, atraindo empresas em busca de aumentar sua presença online de forma rápida e aparentemente eficaz. No entanto, a utilização dessas práticas pode resultar em penalidades severas pelos mecanismos de busca e redes sociais, além de comprometer a reputação da marca. É importante estar sempre atento e buscar estratégias autênticas de crescimento, evitando atalhos que possam comprometer a imagem e a sustentabilidade do negócio.
Explorando as fazendas de cliques no Vietnã
Jack Latham tinha a missão de fotografar fazendas no Vietnã – não as extensas plantações ou terraços de arroz do país, mas suas ‘fazendas de cliques’, ou ‘click farms’. No ano passado, o fotógrafo britânico passou um mês na capital, Hanoi, documentando algumas das empresas obscuras que ajudam os clientes a aumentar artificialmente o tráfego online e o engajamento nas redes sociais, na esperança de manipular algoritmos e percepções dos utilizadores.
A proliferação das fazendas de cliques
Embora não esteja claro quando as click farms começaram a proliferar, os especialistas em tecnologia alertaram sobre ‘mestres de gangues virtuais’ que as operavam a partir de países de baixa renda já em 2007. Nas décadas seguintes, o número de click farms explodiu – especialmente na Ásia, onde podem ser encontrados na Índia, Bangladesh, Indonésia, Filipinas e outros lugares.
Os termos intermediários como ‘cliente‘, ‘tráfego online’, ‘algoritmos’ e ‘mestres de gangues virtuais’ desempenham um papel crucial na compreensão do funcionamento das fazendas de cliques.
Os desafios das regulamentações e pandemia
As regulamentações muitas vezes não conseguiram acompanhar o ritmo: embora alguns países, como a China, tenham tentado reprimir as operações – a Associação de Publicidade da China proibiu o uso de click farms para ganho comercial em 2020 –, elas continuam a florescer em todo o continente, especialmente em locais onde os baixos custos de mão de obra e eletricidade tornam acessível a alimentação de centenas de dispositivos simultaneamente.
A pandemia e as restrições de viagens relacionadas a ela também afetaram a documentação de click farms, como no caso de Jack Latham, que teve seus planos frustrados na China continental.
A influência das plataformas de mídia social
Os criadores de cliques com quem Latham conversou anunciavam principalmente seus serviços on-line por menos de um centavo por clique, visualização ou interação. Mas o fotógrafo destaca a percepção enganosa dessas atividades, revelando que muitos dos envolvidos tratam seus trabalhos como apenas mais um serviço.
Os perfis digitais, as interações online e o conteúdo impulsionado fazem parte essencial do funcionamento das fazendas de cliques, movimentando a visibilidade e influência pretendidas pelos contratantes.
Enfrentando a disseminação de desinformação
As fazendas de cliques em todo o mundo também são usadas para amplificar mensagens políticas e espalhar desinformação durante as eleições. Os algoritmos desempenham um papel fundamental nesse processo, muitas vezes recomendando conteúdos extremos a cada clique.
A conscientização sobre o fenômeno das click farms e os perigos associados é essencial para combater a propagação da desinformação e garantir uma interação online segura e autêntica.
Refletindo sobre a autenticidade nas redes sociais
Jack Latham, através de seu livro ‘Beggar’s Honey’, busca aumentar a conscientização sobre as práticas das fazendas de cliques. Ao revelar os bastidores dessas operações, o fotógrafo incentiva as pessoas a questionarem a autenticidade e a validade das métricas nas redes sociais, promovendo uma interação mais informada e responsável.
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