Fiagros na B3 têm rendimento médio de 14%, superando investimentos em taxa de juros. Bom desempenho recente destaca-se.
Os Fiagros têm mostrado sinais de recuperação no mercado de investimentos em Cadeias Agroindustriais, com um cenário favorável de juros elevados e desvalorização do real. A expectativa é de que esses fundos continuem a se destacar no segundo semestre, atraindo cada vez mais investidores interessados no setor.
Os Fiagros são uma opção atrativa para quem busca diversificar sua carteira de investimentos, especialmente considerando a volatilidade do mercado financeiro. Além disso, a conexão direta com as Cadeias Agroindustriais oferece oportunidades únicas de crescimento e rentabilidade a longo prazo. Confira mais sobre essa virada no mercado de investimentos em virada.
Fiagro: Fundos de Investimentos em Cadeias Agroindustriais
Conforme mencionado por Fernando Siqueira, responsável pela análise na Guide Investimentos, os Fiagros começaram a apresentar uma virada positiva após o anúncio do fim do ciclo de cortes na taxa Selic pelo Copom. A recente alta do dólar também contribuiu para o bom desempenho dos fundos, especialmente devido à dolarização das receitas dos produtores agrícolas.
Siqueira ressalta que a redução nos preços de algumas commodities agrícolas, como soja e açúcar, levantou preocupações sobre possíveis inadimplências nas operações de crédito. No entanto, ele observa que, até o momento, o número de fundos com problemas de crédito é limitado.
Um exemplo é o VGIA11, Fiagro gerido pela Valora, que concentra seus investimentos em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), principalmente em títulos de cooperativas. Este fundo enfrenta desafios de inadimplência, com três CRAs da Cooperativa Languiru em situação de inadimplência há cerca de um ano, inclusive em processo de liquidação extrajudicial.
A gestão do fundo está em processo de renegociação e tomou medidas legais para garantir os créditos, como a utilização de uma planta de frangos certificada para exportação à China, operando com capacidade total.
Apesar dos preços da soja e açúcar ainda estarem baixos em dólares, houve uma valorização em reais neste ano, o que, segundo Siqueira, reduz o risco de inadimplência, uma vez que os preços das commodities agrícolas estão se recuperando em moeda local.
É importante notar que, embora os Fiagros tenham uma carteira diversificada em termos de culturas, a soja e o açúcar são produtos agrícolas fundamentais usados como lastro para os CRAs em que esses fundos têm exposição.
O processo de redução da taxa Selic foi outro desafio para os Fiagros nos últimos 12 meses, uma vez que a maioria desses fundos é indexada ao CDI, que acompanha de perto a variação da Selic. A queda dos juros resultou em uma diminuição no potencial de retorno dos fundos.
Por outro lado, com a expectativa de manutenção ou até mesmo aumento das taxas de juros, os Fiagros tendem a oferecer uma rentabilidade atrativa. Atualmente, a média de rendimento dos Fiagros listados na B3 gira em torno de 14%, superando o retorno de investimentos vinculados à Selic.
No que diz respeito aos dividendos distribuídos pelos Fiagros, a média de proventos nos últimos 12 meses também está em torno de 14%, acima não apenas do retorno de investimentos de renda fixa, mas também de outros ativos de renda variável, como os fundos imobiliários.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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