Alerta da Fiocruz: aumento de casos de febre pode indicar maior circulação do mosquito transmissor, dificultando a vigilância epidemiológica.
Este ano, o Brasil já contabiliza diversos casos de febre oropouche em seu território. Apenas nos primeiros meses, o Amazonas, local onde a doença é comum, apresentou um aumento significativo de pessoas afetadas por essa arbovirose. Os especialistas indicam que, possivelmente, o número de contaminações no país seja superior ao que foi reportado oficialmente.
Além disso, a identificação da febre oropouche é desafiadora e exige testes laboratoriais específicos para confirmar a doença transmitida por mosquitos. Em locais onde não se tinha registros, infelizmente, as infecções foram detectadas, evidenciando a necessidade de maior vigilância e medidas preventivas contra a propagação desse vírus.
Casos de febre oropouche se espalham em algumas cidades brasileiras
Cuiabá, Salvador e Rio de Janeiro relataram seus primeiros casos de febre oropouche, uma arbovirose transmitida por mosquitos. Embora a vigilância epidemiológica tenha indicado que os casos foram importados do norte do país, há preocupações crescentes sobre a possibilidade de transmissão comunitária. Os sintomas da febre oropouche são muito parecidos com os da dengue, o que pode dificultar os diagnósticos.
Segundo o pesquisador Felipe Gomes Naveca, as mudanças climáticas, como altas temperaturas e chuvas intensas, têm impulsionado o aumento de casos. Essas condições favorecem a disseminação dos mosquitos transmissores, contribuindo para a propagação da doença.
A febre oropouche é causada por dois tipos de mosquitos: o maruim e, em menor frequência, o pernilongo. Seus sintomas incluem febre, mal-estar, fadiga, dores musculares e desconfortos intestinais, trazendo desafios no diagnóstico clínico, o que ressalta a importância dos testes laboratoriais específicos.
De acordo com o infectologista Leonardo Weissmann, a semelhança com outras arboviroses pode resultar em subnotificação. Estudos revelaram que uma porcentagem significativa de casos inicialmente diagnosticados como dengue eram, na verdade, de febre oropouche. No Acre e Amazonas, houve semanas em que o número de casos de oropouche superou o de dengue.
Recentemente, o Ministério da Saúde disponibilizou testes para febre oropouche em todos os estados, o que deve melhorar a vigilância da doença e auxiliar na identificação precisa de infectados. A subnotificação ainda é um desafio, mas os esforços para ampliar os testes e a vigilância têm gerado impactos positivos.
Embora a febre oropouche possa evoluir para formas graves, ainda não foram registradas mortes relacionadas à doença. No entanto, casos graves, como meningites, foram documentados em decorrência da infecção. A disponibilidade de testes aprimora o acompanhamento dos pacientes e possibilita uma compreensão mais abrangente da realidade da doença, preparando o sistema de saúde para enfrentar eventuais desafios inesperados.
Fonte: @ Metropoles
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