As festas pagãs das antigas civilizações europeias foram incorporadas pelo catolicismo, originando as festas juninas, reinventadas no Brasil.
Para um brasileiro, pode ser desafiador compreender como as estações do ano têm o poder de impactar o imaginário e a própria estrutura da sociedade, principalmente quando se trata das festas juninas. Essas celebrações tradicionais, que ocorrem durante o mês de junho, são marcadas por danças, comidas típicas e muita alegria.
As festas de São João, de Santo Antônio e de São Pedro são algumas das mais populares, cada uma com suas peculiaridades e tradições únicas. Nas festas juninas, é comum ver fogueiras, quadrilhas e muita animação, reunindo famílias e amigos em torno dessa rica manifestação cultural. Além disso, as festas juninas também são uma oportunidade para saborear delícias como canjica, pamonha e quentão, que fazem parte do cardápio típico dessas comemorações. civilizações
Festas Juninas: Celebrações das Civilizações Europeias Antigas
Mas em regiões com estações bem definidas, a alegria das festas juninas é contagiante, especialmente após meses de inverno rigoroso. Desde tempos remotos, as civilizações europeias antigas realizavam festas específicas para marcar a chegada da primavera e o solstício de verão. Essas celebrações, posteriormente incorporadas pelo catolicismo, são a raiz das festas juninas, que foram reinventadas com um toque brasileiro.
As festas de São João, de Santo Antônio e de São Pedro têm suas origens nas antigas festas pagãs ligadas aos ciclos da natureza e às estações do ano. Sociedades antigas dedicavam longos períodos, às vezes até um mês, para celebrar o plantio e a colheita. A primavera era especialmente reverenciada como o renascimento da vida, após o inverno de privações e introspecção.
Os rituais de fertilidade agrícola, presentes em diversas culturas da Europa, do Oriente Médio e do norte da África, tinham como objetivo garantir colheitas abundantes. Casais férteis mitológicos eram homenageados, simbolizando a reprodução humana e a prosperidade agrícola. As festas juninas eram momentos de partilha, alianças comunitárias e celebrações de fartura em todos os aspectos da vida.
A socióloga Lucia Helena Vitalli Rangel, autora do livro Festas Juninas: Origens, Tradições e História, destaca que as festas juninas têm raízes profundas nos rituais ancestrais de fertilidade e colheita. No hemisfério norte, o solstício de verão marcava o ápice das festividades, celebrando a colheita e o trabalho agrícola. A tradição das festas juninas é um reflexo da conexão entre o ser humano e a natureza, enaltecendo a vida em comunidade e a abundância que ela proporciona.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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