Juros dos EUA e pressão climática elevam risco de crise com inflação alta em 2024, crescimento expressivo e queda na trajetória.
A preocupação com a inflação é real, podendo não apresentar a diminuição esperada e até mesmo acelerar novamente nos próximos anos. É importante que políticas econômicas sejam revistas e ajustadas para lidar com esse cenário incerto de inflação. Manter um olhar atento nas variáveis que influenciam a inflação é essencial para tomadas de decisão assertivas.
Os consumidores precisam ficar atentos ao índice de preços ao consumidor, que reflete diretamente o impacto da inflação em seus gastos cotidianos. Planejar e ajustar o orçamento conforme as variações do índice de preços ao consumidor pode ajudar a minimizar os efeitos da inflação na vida financeira. Portanto, é fundamental estar informado e preparado para lidar com possíveis oscilações no mercado e no índice de preços ao consumidor.
Impacto da inflação nos cenários econômicos
Embora ainda distante de se tornar predominante, o risco associado à inflação tem ganhado mais destaque nas projeções dos economistas devido a diversos fatores. Entre eles, a rigidez da inflação de serviços, a valorização do dólar devido à incerteza sobre os juros nos Estados Unidos e a possibilidade de pressão nos preços dos alimentos. Especialistas consultados pelo Broadcast apontam os serviços como um dos principais pontos de preocupação.
Na análise desses especialistas, tudo aponta para uma estabilização da inflação nesse setor em um patamar elevado, acima de 4% no acumulado de 12 meses, um ponto percentual acima do centro da meta estabelecida. Isso implica que os outros componentes precisariam se manter abaixo de 3% para que a inflação pudesse convergir para a meta. No entanto, alcançar essas taxas mais modestas se mostra uma perspectiva improvável.
Por um lado, a expectativa de aumento da inflação de alimentos no ano seguinte, devido a um dólar mais forte e às mudanças no ciclo da pecuária, que têm mantido os preços da carne mais baixos, contrabalança esse cenário. Por outro lado, os economistas antecipam um aumento nos preços administrados, especialmente com os possíveis impactos do fenômeno La Niña na energia elétrica.
O economista-chefe do PicPay, Marco Caruso, já projeta uma aceleração da inflação entre 2024 e 2025, de 3,6% para 4,2%, ficando ligeiramente abaixo do teto da meta de 4,5%. Para ele, o crescimento expressivo esperado do PIB nos próximos dois anos sugere que há pouco espaço para um relaxamento nos serviços, devido à percepção de que o emprego e os reajustes salariais devem continuar a um ritmo intenso.
Além disso, a perspectiva de déficits primários recorrentes por parte do governo, em torno de 1% do PIB, deve impulsionar o consumo e a própria trajetória de queda da taxa Selic. Aos poucos, a economia começará a sentir menos os efeitos das antigas altas dos juros, o que pode reduzir a pressão deflacionária sobre os itens mais sensíveis às taxas de juros, conforme destaca Caruso.
Na opinião do economista da LCA Consultores, Fábio Romão, a solidez do mercado de trabalho não indica espaço para um alívio na inflação de serviços que auxilie na sua convergência. Ele prevê que o IPCA se mantenha em 3,7% este ano e suba para 3,8% no próximo, com uma taxa virtualmente idêntica de 4,3% para o grupo de serviços. A tendência de os serviços apresentarem uma inflação ligeiramente superior ao índice total é comum em diversos países devido à sua natureza não-comercializável, como explica o analista.
Pressões adicionais sobre a inflação
Com a falta de perspectiva de um alívio na inflação de serviços, outros fatores podem provocar um aumento na inflação. Romão inclui em sua projeção uma aceleração nos preços dos alimentos, de 3,8% para 4,5%, levando em conta inclusive o impacto menos significante do que o previsto do El Niño nos preços deste grupo.
Caruso, do PicPay, destaca a expectativa de um avanço nos preços dos alimentos, impulsionado principalmente pelo
Fonte: @ Mercado e Consumo
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