Levantamento de terça-feira mostra desigualdade de infraestrutura entre escolas públicas majoritariamente branca e negra no Censo Escolar 2021.
De acordo com um estudo recente divulgado pelo Observatório da Branquitude, foi constatado que escolas com maioria de alunos negros enfrentam condições estruturais mais precárias se comparadas às instituições onde a maior parte dos estudantes é branca. Essa pesquisa, baseada nos dados do Censo Escolar de 2021, revelou que as escolas com predominância de alunos negros têm menos recursos e investimentos em infraestrutura, prejudicando o aprendizado e desenvolvimento dos alunos.
No Brasil, a discrepância entre escolas com maioria de alunos negros e instituições com maioria de estudantes negros é um reflexo das desigualdades raciais presentes no sistema educacional. É fundamental que medidas sejam adotadas para promover a equidade e garantir que todos os alunos tenham acesso a uma educação de qualidade, independentemente de sua origem étnico-racial.
Desigualdade Percebida em Escolas com Maioria de Alunos Negros
A desigualdade educacional ganha destaque quando observamos a presença ou ausência de recursos essenciais nas escolas. Um levantamento divulgado na terça-feira revelou que, no Brasil, a disparidade se evidencia na infraestrutura disponível para os alunos. Dados do Censo Escolar 2021 apontam que 69% das escolas de educação básica com melhor infraestrutura são compostas majoritariamente por estudantes brancos. Em contrapartida, mais da metade das escolas com predominância de alunos negros enfrentam a carência de bibliotecas, laboratórios de informática e quadras de esportes.
Disparidade nos Recursos e Geolocalização das Instituições com Predominância de Alunos Negros
A pesquisa ressaltou a disparidade geográfica na distribuição dessas escolas. Nas regiões Sul e Sudeste do país, é notável a presença de instituições de ensino com maioria branca e melhores condições econômicas. Por outro lado, as escolas com maioria de estudantes negros e índices econômicos mais baixos tendem a ser mais frequentes em regiões como o Sudeste, com menor representatividade em São Paulo, e no Norte, abrangendo estados como Amazonas, Pará e Amapá, além do Nordeste, especialmente no Maranhão.
Análise por Faixas Socioeconômicas das Escolas com Maioria de Alunos Negros
O estudo classificou as escolas em categorias socioeconômicas, utilizando o indicador Inse, desenvolvido pelo Ministério da Educação. Esse indicador varia de 1 a 7, e os resultados revelaram que as escolas classificadas como nível 1, majoritariamente localizadas em áreas rurais e predominantemente compostas por alunos negros, estão concentradas nos estados do Amazonas, Pará e Maranhão. Surpreendentemente, menos de 70% dessas instituições possuem acesso a água potável, evidenciando uma realidade preocupante.
Por outro lado, as 32 unidades escolares classificadas como nível 7, onde a maioria dos alunos é branca, estão predominantemente em áreas urbanas e todas contam com acesso adequado a água potável. Essa discrepância não apenas reflete a desigualdade percebida na infraestrutura educacional, mas também ressalta a urgência de medidas para garantir condições equitativas de aprendizado para todos os estudantes, independentemente de sua origem étnico-racial.
Fonte: © CNN Brasil
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