Ocorrência frequente de inundações no RS demanda investimentos em infraestrutura e planejamento urbano para proteção contra impactos severos.
As enchentes são um dos principais impactos das mudanças climáticas no Brasil. Segundo um estudo recente, as enchentes se tornaram ainda mais frequentes devido às alterações no clima. As regiões do Sul do país, como o Rio Grande do Sul, têm enfrentado um aumento significativo no número de enchentes nos últimos anos.
Além das enchentes, as mudanças climáticas também têm contribuído para a ocorrência de outros eventos climáticos extremos. O aumento da temperatura média do planeta tem intensificado a frequência de eventos como secas, tempestades e ondas de calor. Portanto, é essencial adotar medidas de adaptação e mitigação para lidar com os impactos desses eventos extremos no meio ambiente e na sociedade.
Impacto das Enchentes: Eventos Climáticos Extremos e Falhas de Infraestrutura
A análise do relatório Mudanças climáticas, El Niño e falhas de infraestrutura por trás de enormes inundações no Sul do Brasil, realizado pelo World Weather Attribuition (WWA), em colaboração com a professora Regina Rodrigues, do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), destaca a gravidade das enchentes.
Eventos extremos, como a enchente ocorrida em maio deste ano, são o reflexo de ocorrências climáticas extremas que podem se repetir a cada 20 a 30 anos, com um aumento de aproximadamente 4% em sua intensidade, conforme apontado pela pesquisa.
Essa tendência indica que o Estado gaúcho enfrentará impactos mais frequentes e severos relacionados a enchentes no futuro, caso não sejam realizados investimentos em medidas de proteção e planejamento urbano adequados.
Os investimentos em proteção contra enchentes devem abranger considerações sociais, econômicas e ambientais no planejamento urbano, visando criar cidades mais inclusivas e resilientes, conforme ressalta o relatório.
A falta de aplicação consistente das leis de proteção ambiental no país, juntamente com a ocupação de áreas propensas a inundações, aumenta significativamente os riscos de enchentes, de acordo com a pesquisa. É fundamental realizar um mapeamento preciso das áreas de risco e planejar intervenções apropriadas, como a construção de barreiras e diques.
A comunicação de risco desempenha um papel crucial na mitigação dos efeitos de eventos climáticos extremos, como as enchentes no Rio Grande do Sul. Falhas na gestão da comunicação de risco podem resultar em consequências graves, com moradores sem receber alertas ou compreender a gravidade da situação.
É imperativo aprimorar continuamente as estratégias de resiliência e as medidas de planejamento urbano, incluindo a realocação de comunidades e a implementação de novas infraestruturas de proteção. Um exemplo é o plano da prefeitura de Muçum de realocar 5 mil residentes e reconstruir parte da cidade em um local mais seguro.
Durante o período de 24 de abril a 4 de maio, o Rio Grande do Sul enfrentou um volume de chuva equivalente a três meses em apenas duas semanas, totalizando uma média de 420 mm. As chuvas recordes afetaram cerca de 90% do Estado e impactaram 2,3 milhões de pessoas, com 640 mil delas perdendo suas residências.
Fonte: @ Terra
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