No ano passado, o Comando Vermelho dominou 242 km² na região metropolitana, ampliando sua área de atuação como organização criminosa.
De acordo com um estudo recém-divulgado, o Comando Vermelho foi a única organização criminosa que ampliou sua presença na região metropolitana do Rio de Janeiro no último ano. Essa movimentação do Comando Vermelho revela um cenário desafiador para as autoridades locais.
O avanço do CV nessa região evidencia a força desse grupo criminoso e a necessidade de ações mais efetivas para conter sua influência. O Comando Vermelho continua a desafiar as autoridades de segurança pública, demonstrando sua posição de destaque no cenário do crime organizado.
Expansão do Comando Vermelho e Redução das Milícias na Região Metropolitana
A análise recente realizada pelo Geni/UFF e pelo Instituto Fogo Cruzado revela que o Comando Vermelho (CV), facção criminosa de destaque, teve um crescimento significativo de 8,4% em sua área de atuação, agora abrangendo 51,9% dos territórios controlados por grupos criminosos. Por outro lado, as milícias, outro grupo criminoso, apresentaram uma redução de 19,3% e passaram a controlar apenas 38,9% dos territórios na Grande Rio.
Em 2022, o Comando Vermelho já controlava uma extensão de 242 km², o maior território sob seu domínio desde o início do levantamento em 2008. Em contrapartida, as milícias ocupavam uma área de 181 km² no mesmo período. Pela primeira vez desde 2020, o Comando Vermelho superou as milícias em termos de território controlado.
A pesquisa também examinou a evolução do controle territorial armado ilegal nos últimos 15 anos na região metropolitana do Rio de Janeiro. Em 2008, cerca de 8,8% da área construída era dominada por grupos criminosos, número que mais que dobrou em 2023, atingindo 18,2%.
Disputas de Território e Expansão do Comando Vermelho
As áreas em que o Comando Vermelho mais cresceu foram a Baixada Fluminense e a região leste da metrópole, englobando municípios como Niterói, São Gonçalo e Itaboraí. Enquanto isso, as milícias perderam territórios, principalmente na baixada e na zona oeste da capital.
Além disso, as outras duas facções criminosas ligadas ao tráfico de drogas, o Terceiro Comando Puro (TCP) e os Amigos dos Amigos (ADA), também tiveram retração em suas áreas de atuação, com recuos de 13% e 16,7%, respectivamente, atuando juntas em uma área de aproximadamente 40 km².
Conforme as investigações apontam, o Comando Vermelho tem planos de criar um ‘cinturão’ entre a Baixada Fluminense, a zona norte e a zona oeste, em uma disputa de territórios com milicianos e o TCP. As regiões em conflito atualmente incluem Barra da Tijuca, Jacarepaguá, Penha, Nova Iguaçu e Queimados.
Modos de Atuação e Diferenças entre Traficantes e Milicianos
Segundo relatos da polícia, Edgar Alves, conhecido como Doca e figura importante do Comando Vermelho, tem planejado a expansão do grupo desde janeiro de 2023, aproveitando a fragilidade das milícias na região. Tanto traficantes quanto milicianos são apontados por cobrarem taxas e comercializarem drogas, porém, as investigações evidenciam uma maior associação de agentes públicos com milicianos do que com traficantes.
As distinções entre as quadrilhas residem no modo de controle territorial. Enquanto as milícias utilizam o medo difuso e ameaças, sem presença ostensiva de armas pesadas nos acessos, barricadas ou pichações com símbolos de grupos, o tráfico recruta crianças da própria comunidade e emprega outras táticas para manter sua influência nas áreas sob seu comando.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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