Estudo mostra que o Waze gera comportamento viciante em motoristas, com sintomas de abstinência quando não utilizado.
Parar de usar o Waze pode gerar sintomas de abstinência. Ou seja, o aplicativo de trânsito é realmente viciante. Pelo menos é o que sugere um estudo conduzido por pesquisadores das universidades Ariel e Reichman, ambas de Israel. Na análise, divulgada na revista científica Plos One, os cientistas acompanharam o comportamento de condutores ao enfrentarem a direção sem recorrer ao Waze.
Os resultados revelaram que a dependência do aplicativo é mais profunda do que se imaginava. Os participantes apresentaram sinais de ansiedade e desorientação ao se depararem com a ausência do Waze durante o trajeto. Isso reforça a importância do aplicativo de trânsito na vida cotidiana dos motoristas e a necessidade de compreender melhor os efeitos de sua utilização constante.
Impacto do Waze no Comportamento de Motoristas
Eles notaram atitudes características de adicção ativa. Traduzindo: vício. Estudos indicam que interromper o uso do Waze pode gerar abstinência. Entre os sintomas observados pelos pesquisadores em condutores ao pararem de utilizar o Waze, os principais foram: irritabilidade, conflito e recaída. E isso se aplica a outros aplicativos de trânsito, como o Google Maps. Parar de usar o Waze pode resultar em irritabilidade e propiciar recaídas.
Necessidades do Aplicativo e Senso de Orientação
Alguns questionamentos feitos aos participantes da pesquisa foram: ‘Quais necessidades o aplicativo atende para você?’; ‘Quão seguro você se sente ao volante?’; ‘Quão desenvolvido é seu senso de orientação nas ruas?’; ‘O uso do app diminuiu seu senso de orientação nas ruas?’. Mais da metade dos entrevistados relatou sentir ansiedade, estresse e pressão quando o aplicativo falha. E 16 indivíduos mencionaram usar o aplicativo para se sentirem mais seguros enquanto dirigem.
Vício em Tecnologia da Informação e Estratégias de Engajamento
Esse fenômeno está ligado ao vício em tecnologia da informação, de acordo com a pesquisa. A dependência pode ser inconsciente por parte do usuário. Do lado das plataformas, pode ser intencional. ‘Essa dependência é resultado de escolhas de engenharia de software’, explica o pós-doutor em inteligência artificial (IA), Paulo Pirozelli, ao jornal Estadão. ‘[O] efeito é gerado por elementos como gamificação, recompensas, feedback em tempo real e experiência personalizada.’ Para Pirozelli, essas são ‘táticas desenvolvidas para manter o engajamento’. A professora de ciência da computação da Fundação Educacional Inaciana (FEI), Leila Bergamasco, abordou as consequências dessas táticas. ‘Essa dependência pode resultar em estados emocionais negativos quando os usuários não conseguem acessar o aplicativo’, afirmou Leila. Entre esses estados estão: frustração, ansiedade, tristeza e irritabilidade. Isso é corroborado pelo que foi observado pelos cientistas na pesquisa mencionada.
Fonte: @Olhar Digital
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