Protesto contra alterações em bolsas gera tumulto em campus. Reitoria ocupada desde julho, com confrontos físicos e negociações em andamento.
Uma manifestação de alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) resultou em um embate acalorado com agentes de segurança no campus Fundão, na região norte da cidade. A manifestação, que teve início em agosto com a ocupação do prédio da reitoria, evoluiu para momentos de tensão e confronto na sexta-feira.
O protesto dos estudantes, que reivindicam melhorias na infraestrutura e no ensino, ganhou apoio de professores e funcionários da universidade. A manifestação pacífica inicialmente planejada se transformou em um protesto mais agressivo devido à falta de diálogo e resposta por parte da administração da instituição. A comunidade acadêmica promete continuar a luta por seus direitos e por uma educação de qualidade.
Manifestação estudantil na UERJ gera confrontos e suspensão de atividades
A tensão na Universidade do Estado do Rio de Janeiro teve início devido a alterações administrativas que afetaram o acesso a bolsas de estudo. De acordo com relatos, a instituição implementou um Ato Executivo de Decisão Administrativa (AEDA) que resultou na redução do número de beneficiários e na diminuição do limite de renda para elegibilidade, além de cortes nos auxílios refeição em campi sem restaurantes universitários. Na transição da quarta para a quinta-feira, a situação se agravou com a colocação de bancos de madeira para bloquear as entradas da universidade, desencadeando confrontos físicos entre os seguranças da instituição, conhecidos como ‘capas pretas’ pelos estudantes, e os manifestantes.
Impasse nas negociações entre reitoria e estudantes
A UERJ chegou a suspender suas atividades devido à impossibilidade de acesso às instalações, enquanto os estudantes e funcionários envolvidos no movimento afirmam que não recuarão até que o ato que modificou a obtenção de benefícios seja revogado. Por outro lado, a reitoria alega que todas as tentativas de negociação até o momento foram infrutíferas, mantendo as negociações estagnadas.
Impacto na comunidade acadêmica e cenário financeiro do Rio de Janeiro
O secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, Wilson Moraes, lamentou os acontecimentos, destacando o impacto no dia a dia dos alunos não diretamente envolvidos no protesto. Os manifestantes argumentam que, se as mudanças não forem revertidas, os estudantes mais vulneráveis serão gravemente prejudicados, evidenciando a complexidade do cenário financeiro do Estado do Rio de Janeiro, que enfrenta dificuldades econômicas e está sob regime de recuperação fiscal.
A comunidade acadêmica aguarda uma resolução que possa atender às demandas dos estudantes sem comprometer a sustentabilidade financeira da instituição, enquanto a ocupação do prédio da reitoria continua.
Fonte: © CNN Brasil
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