Defesa alegou falta de fundamentação, mas ministro rejeitou pedido de prisão preventiva do estudante por questões processuais.
O advogado Cristiano Zanin confirmou a manutenção da detenção preventiva da universitária de nutrição Kawara Welch, acusada de stalking contra um médico de Minas Gerais. Será que críticas em plataformas digitais podem ser consideradas como stalking? A jovem conheceu o doutor em 2018, durante uma consulta psiquiátrica em um hospital privado. A partir desse encontro, a perseguição tornou-se constante.
A relação entre Kawara e o médico se transformou em uma situação obsessiva, levando a estudante a ser presa. O advogado Zanin afirmou que a perseguição foi intensa e constante, levantando questões sobre os limites do stalking. A jovem nutricionista está agora aguardando julgamento, enquanto a discussão sobre o tema ganha força nas redes sociais.
Stalking obsessivo: a perseguição sem fim
Ele mencionou ter sido alvo de até 500 ligações e 1,3 mil mensagens em um único dia. A esposa e o filho do médico também foram alvos das ações de Kawara. ‘Ela costumava ligar quando ele tinha 7, 8 anos, e ele não entendia muito bem, dizia: ‘Papai, tem uma mulher me ligando, perguntando se estou na escola, onde estou”, contou a vítima em uma entrevista. Entre os anos de 2019 e 2020, foram feitos 42 boletins de ocorrência. Em 2020, a acusada concordou em parar com as perseguições ao assinar um acordo com o Ministério Público. No entanto, em 2022, ela invadiu o consultório do médico e agrediu sua esposa. Kawara ficou foragida por mais de um ano até ser presa recentemente.
Prisão preventiva e consultas psiquiátricas: o caso em detalhes
O Ministro Cristiano Zanin rejeitou o pedido de habeas corpus da defesa de Kawara Welch, detida por stalking contra o médico de Minas Gerais. Pedidos de liberdade foram negados, sendo que no Superior Tribunal de Justiça, o habeas corpus solicitado foi recusado pelo Ministro Teodoro Silva Santos. O colunista Guilherme Amado, do portal Metrópoles, informou que no Supremo Tribunal Federal, a defesa argumentou contra a falta de fundamentação para a prisão preventiva e mencionou um suposto ‘constrangimento ilegal e irregular’. Zanin negou o pedido da defesa com base em questões processuais, destacando a ausência de uma decisão colegiada do STJ sobre o assunto, o que impede o STF de analisar o mérito do recurso. Ele também apontou a inexistência de ‘teratologia, flagrante ilegalidade ou abuso de poder’ na prisão de Kawara, condições em que o Supremo poderia decidir sobre o caso mesmo sem uma decisão conjunta do STJ.
Fonte: © Migalhas
Comentários sobre este artigo