Aumento de matrículas de pessoas com autismo no Brasil no último ano reflete avanços em políticas públicas e projetos escolares inclusivos.
O Dia do Orgulho Autista é celebrado em 18 de junho. Com a proximidade da data, profissionais consultados pela CNN ressaltam que uma das chaves fundamentais para a inclusão é a educação. No Brasil, há atualmente 36 mil estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA), conforme informações oficiais do Censo Escolar 2023, divulgado em fevereiro de 2024.
É essencial promover a conscientização sobre o autismo e garantir que pessoas autistas tenham acesso a oportunidades educacionais adequadas. A sociedade deve se unir para apoiar e respeitar a diversidade, contribuindo para a construção de um ambiente mais inclusivo para pessoas com autismo. Juntos, podemos criar uma comunidade mais acolhedora e empática para todos os indivíduos, independentemente de suas diferenças.
Autismo: A Importância do Dia do Orgulho Autista
De acordo com o estudo, o número de matrículas de pessoas com autismo no país teve um aumento de 48% de 2022 para 2023. Já existem projetos e políticas públicas brasileiras para a maior inclusão de pessoas com TEA na educação. Em conversa com especialistas no assunto a partir de um estudo com materiais acadêmicos, a CNN elencou lacunas e melhorias na educação como ferramenta de inclusão e melhor qualidade de vida para pessoas autistas.
A inclusão de uma pessoa com autismo começa na sala de aula, onde todas as crianças e jovens têm a oportunidade de aprender juntos, respeitar e compreender as diferenças, aponta Ton Felix, jornalista e professor universitário, em conversa com a CNN. Falar de neurodivergência no contexto educacional é relativamente novo, mas está ganhando cada vez mais espaço para ser discutido e enfatizado em escolas e faculdades.
Projetos e Políticas Públicas para a Inclusão de Pessoas Autistas
O psiquiatra Antônio Geraldo, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), destaca que campanhas educacionais e políticas públicas ainda precisam de um alcance maior na sociedade. É fundamental proporcionar oportunidades educacionais, de empregabilidade e de lazer que incluam pessoas autistas. Aumentar a participação de pessoas autistas, das famílias e dos profissionais que cuidam dessas pessoas em processos decisórios como a formulação de políticas públicas voltadas para elas. Promover campanhas de conscientização sobre a doença para que a sociedade tenha uma visão mais empática dessas pessoas e combater o estigma que ainda é muito forte em relação ao autismo. Tudo isso é fundamental, diz Geraldo.
Desafios e Avanços na Educação de Pessoas Autistas
A concessão da educação da pessoa com deficiência é protegida como direito na Lei Brasileira de Inclusão, que dispõe em seu artigo 27: A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem. Existem políticas públicas em vigor para educação de pessoas com autismo?
Em novembro de 2023, o Ministério da Educação (MEC) lançou o Plano de Ampliação e Fortalecimento da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI), focado em crianças com deficiência, que consiste em promover ações e investimentos para formação, infraestrutura, transporte, recursos de tecnologia assistiva e pedagógicos. A ideia do plano é que, até 2026, mais de 2 milhões de estudantes do ensino público da educação especial estejam matriculados em classes comuns. O MEC ainda declara que está empenhado em identificar e eliminar os desafios enfrentados.
Fonte: © CNN Brasil
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