Ação planejada do estado resulta em aumento de prisões e apreensões de armas e drogas, com efeitos positivos, segundo secretário.
Profissionais consultados pela Agência Brasil discutiram os impactos da Ação Estruturada chamada de Ordo, que representa ordem. Apesar de reconhecerem aspectos favoráveis, manifestaram incerteza em relação às consequências que podem surgir ao término desse trabalho.
Alguns especialistas mencionaram a importância de um plano bem definido para garantir a continuidade da operação após a conclusão da ação. Eles também comentam sobre a necessidade de monitorar de perto os desdobramentos futuros e ajustar estratégias conforme a evolução do cenário.
Ação da Ordo na retomada de territórios no Rio de Janeiro
A retomada dos territórios dominados por organizações criminosas no Rio de Janeiro tem sido o foco da ação da Ordo, que teve início em 10 comunidades consideradas áreas de conflito armado entre traficantes e milicianos nos bairros de Jacarepaguá, Barra da Tijuca, Recreio, Itanhangá e as Vargens Pequena e Grande, na zona oeste da capital.
O secretário de estado de Segurança Pública, Victor dos Santos, comentou que a ação foi cuidadosamente planejada, com a possibilidade de escalabilidade para abranger qualquer região do estado. Ele ressaltou que a operação foi concebida com essa característica desde o início.
Desde sua deflagração na segunda-feira (15) pelo governo do Rio de Janeiro, a Ordo tem se expandido, alcançando mais quatro localidades na quarta-feira (17). A ação, que não tem prazo para terminar, tem apresentado diariamente efeitos positivos, com um aumento significativo de prisões e apreensões de armas e drogas.
Um dos principais objetivos da operação é asfixiar financeiramente as organizações criminosas que controlam esses territórios, combatendo não apenas o tráfico de drogas, mas também outras atividades ilegais que geram lucro para os criminosos.
No balanço mais recente divulgado pelo governo fluminense, até ontem as Forças de Segurança do Estado realizaram 90 prisões, além da apreensão de 2.300 munições, 20 carregadores, nove artefatos explosivos e 147 kg de drogas na região. Além disso, oito menores foram apreendidos e 47 toneladas de barricadas foram removidas.
O secretário destacou que o aumento de crimes contra o patrimônio nessa região foi um dos motivos que levaram à realização da Ordo, além da disputa por territórios que se tornaram fonte de lucro para os criminosos. Segundo ele, essas comunidades se tornaram verdadeiras zonas livres para a prática de ilegalidades, devido à ausência do Estado.
Após uma segunda expansão na sexta-feira (19), a Ordo passou a atuar em 16 territórios, incluindo comunidades como Cidade de Deus, Gardênia Azul, Rio das Pedras, Morro do Banco, Fontela, Muzema, Tijuquinha, Sítio do Pai João, Terreirão, César Maia, Santa Maria, Bateau Mouche, Covanca, Jordão, Chacrinha e Barão.
A ampliação do número de locais de atuação da Ordo foi impulsionada pela fuga de criminosos das áreas inicialmente atingidas pela ação, demonstrando a necessidade de uma atuação mais abrangente. O governo do estado ressaltou que a expansão foi possível graças ao avanço das informações de inteligência da Polícia Civil, que embasaram o planejamento da operação.
Paulo Storani, mestre em antropologia e especialista em segurança pública, destacou a complexidade da movimentação financeira dos grupos criminosos, incluindo a estrutura de lavagem de dinheiro, que vai além do que se imagina. A ação da Ordo continua a ser uma peça fundamental na luta contra o crime organizado no Rio de Janeiro.
Fonte: @ Agencia Brasil
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