Investigação da CGU comprovou que o registro de imunização do ex-presidente é falso. Vazamentos continuam. Novo depoimento em delação premiada.
Nesta terça-feira, foi revelado que a Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro por envolvimento em esquema de fraude com cartões de vacinação contra a covid-19. A investigação tem como base a constatação da Controladoria-Geral da União de que houve manipulação nos registros de imunização do ex-presidente. A ocorrência veio à tona após um pedido feito com base na Lei de Acesso à Informação.
O caso evidencia a gravidade da situação, demonstrando como a falsificação de documentos pode comprometer a transparência e veracidade de informações públicas. A fraude revelada nos cartões de vacinação não apenas põe em xeque a conduta ética de autoridades, como também expõe a fragilidade de sistemas de controle. É fundamental que medidas sejam tomadas para coibir práticas de engano que possam prejudicar a confiança da população nas instituições.
Aumento dos casos de fraude na vacinação contra a Covid-19
Os dados atuais do Ministério da Saúde, que aparecem no cartão de vacinação, apontam que o ex-presidente se vacinou em 19 de julho de 2021 na Unidade Básica de Saúde Parque Peruche, na zona norte de São Paulo.
A investigação originou-se a partir da constatação da Controladoria-Geral da União (CGU) de que Bolsonaro não estava na capital paulista na data em questão e que o lote de vacinação registrado no sistema da pasta não estava disponível na UBS naquela data.
A CGU constatou a manipulação dos dados, evidenciando que Bolsonaro não esteve presente na suposta data de vacinação e que o lote da vacina não condizia com a realidade. (Imagem: Valter Campanato/ Agência Brasil) Em seu perfil na rede social X, antigo Twitter, o advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, criticou a divulgação do indiciamento, enfatizando que os vazamentos continuam ocorrendo de forma recorrente.
É lamentável quando a autoridade se utiliza da imprensa para comunicar um ato formal que deveria seguir um procedimento técnico, ao invés de se tornar um espetáculo midiático e parcial. Leia Mais PF faz buscas na casa de Bolsonaro e prende Mauro Cid Ex-ajudante indiciado O coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, também foi indiciado pela PF.
Ele é apontado como articulador da emissão de cartões falsos de vacinação contra a covid-19 para o ex-presidente e seus familiares. Em novo depoimento à Polícia Federal na semana passada, Mauro Cid respondeu a perguntas sobre a investigação. Esta foi a sétima vez que o coronel Mauro Cid compareceu à Polícia Federal. Em três ocasiões, optou por manter-se em silêncio.
Após fechar um acordo de delação premiada, o coronel passou a responder a todas as perguntas feitas nos últimos quatro interrogatórios. Informações: Agência Brasil
Fonte: © Migalhas
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