É hora de racionalizar as demandas regulatórias, encontrando um equilíbrio entre visão, demanda e realidade, sem perder a urgência para que o ecossistema de venture capital, fintechs e big techs se adapte a um modelo de negócios que se integre ao sistema financeiro e ao mercado.
Na última edição do Money 20/20 em Las Vegas, a tecnologia financeira foi o centro das atenções, e não pude deixar de notar a velocidade com que o setor está evoluindo em todo o mundo. A minha presença nesse evento me permitiu comparar a situação brasileira com a americana e identificar a necessidade de uma maior integração da tecnologia em nossas instituições financeiras.
Entre as principais diferenças entre o setor financeiro brasileiro e o americano, destaco a regulação. Enquanto os EUA têm uma estrutura de regulação mais flexível, a tecnologia é usada para promover a inovação e a competitividade. No Brasil, a tecnologia precisa ser mais amplamente utilizada para impulsionar a inovação e melhorar a capacidade de resposta das instituições financeiras. A inovação, por sua vez, é fundamental para o crescimento sustentável do setor financeiro brasileiro, e a tecnologia é um dos principais motores dessa inovação.
Tecnologia em Alta Velocidade: Um Ritumo Acelerado nos Estados Unidos
A tecnologia avança a passos largos nos Estados Unidos, impulsionada pelo ecossistema de venture capital e o talento de fintechs e big techs. Essa dinâmica fomenta a inovação e cria novas soluções no mercado, que se ajusta e evolui antes de ser regulado. A economia competitiva e dinâmica incentiva o surgimento de novos modelos e a adoção de novas tecnologias, mas pode levar a lacunas que afetam consumidores e instituições, introduzindo riscos ao sistema financeiro. No entanto, essa abordagem permite que o mercado se adapte e evolua de forma mais eficaz.
Um Sistema Financeiro Mais Concentrado e Regulamentado no Brasil
No Brasil, a regulação frequentemente precede o desenvolvimento e adoção tecnológica. Isso ocorre porque o sistema financeiro é mais concentrado e menos competitivo, e o regulador desempenha um papel importante na indução da inovação. Essa abordagem cria um sistema mais centralizado e planejado, mas pode resultar em ideias que fazem sentido no papel, mas cuja execução se torna demorada e ineficaz.
Encontrando um Equilíbrio entre Visão, Demanda e Realidade
Talvez seja o momento de racionalizar as demandas regulatórias, encontrando um equilíbrio entre visão, demanda e realidade. É fundamental fazer o básico bem feito e deixar espaço para a flexibilidade, permitindo que o mercado se adapte conforme as demandas surjam. Migrar para um mundo em que a regulação dialogue mais com a realidade da execução é essencial para construir um sistema financeiro robusto e flexível para as próximas gerações.
A Importância da Regulação e Execução em Sintonia
Ao alinhar regulação e execução (tecnologia + produto), podemos entregar muito valor no processo, mantendo o Brasil na vanguarda das transformações globais no setor financeiro. É crucial fazer com que a regulação e a execução sejam sinônimos de inovação e flexibilidade, permitindo que o país esteja preparado para os desafios e oportunidades que se apresentam no horizonte financeiro mundial. Chegou a hora de termos essa discussão e criar um ambiente propício para a inovação perene.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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