País lidera ranking em número absoluto de casos de transmissão de dengue e zika nas primeiras semanas de abril, segundo Ministério da Saúde do Brasil.
Em diferentes nações latino-americanas e caribenhas, foram contabilizados cerca de 4,6 milhões de episódios de dengue em 2021. Esse dado, referente ao período inicial do ano, aponta um aumento de 237% em relação ao mesmo intervalo de 2020. A propagação da dengue é uma preocupação constante, demandando esforços intensos de combate ao mosquito transmissor.
A disseminação de arboviroses como a dengue ocorre principalmente por conta da picada do mosquito Aedes aegypti, destacando a importância de medidas preventivas e de conscientização da população. É fundamental combater os focos de proliferação do vetor e estar atento aos sintomas, já que a prevenção ainda é a melhor forma de lidar com o aumento dos casos. Fique alerta para possíveis sintomas de febre amarela também, outra doença transmitida por mosquitos.
Repercussão da Dengue na América Latina e Caribe
A informação fornecida pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) através do especialista em arboviroses, Carlos Melo, destaca a relevância do controle e prevenção da propagação dessas doenças. Em um seminário realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Rio de Janeiro, discutiu-se sobre arboviroses, enfermidades originadas por vírus transmitidos principalmente por mosquitos, com o Aedes aegypti sendo o transmissor da dengue, zika e chikungunya.
A preocupação com o aumento significativo dos casos está relacionada com os números alarmantes da epidemia no Brasil. O país contabiliza mais de 3,1 milhões de casos prováveis em 2024, correspondendo a 67,4% dos registros na América Latina e Caribe. O Ministério da Saúde brasileiro revela que, apesar de liderar o ranking em números absolutos, quando se trata da incidência de dengue, o Brasil ocupa a segunda posição, atrás do Paraguai.
No contexto latino-americano, o Paraguai se destaca com um índice de 2.540 casos por mil habitantes, enquanto o Brasil registra 1.816. Contudo, de acordo com o Ministério da Saúde brasileiro, a taxa de incidência é de 1.529 por grupo de mil pessoas. A discrepância nos dados se deve ao fato da Opas depender da atualização das informações, o que acarreta na inclusão temporária de casos prováveis eventualmente descartados na contagem.
Sobre as mortes confirmadas por dengue, o Brasil apresenta 1.292 registros em 2024, liderando a lista em números absolutos na Opas. No entanto, em termos proporcionais, o país figura na nona posição, atrás de outras nações como Paraguai, Guatemala e Peru.
Um fator preocupante também relacionado à disseminação dessas arboviroses são as mudanças climáticas. Do total de 25 países sob a análise da Opas, 12 enfrentam surtos de dengue, com registros de casos prováveis acima do previsto. O fenômeno El Niño é apontado como uma das causas para a epidemia no Brasil e surtos em outras nações, devido ao aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico, considerado um dos maiores já observados.
Especialistas destacam que países antes não afetados pela dengue agora registram incidências da doença, atrelando esse cenário às mudanças climáticas. O aumento das temperaturas favorece a atividade do Aedes aegypti, favorecendo a propagação das arboviroses. Estudos apontam que o mosquito transmissor fica mais ativo em períodos de calor, ocorrendo um menor tempo de incubação do vírus e, consequentemente, uma maior transmissão da doença.
Fonte: @ Agencia Brasil
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