Especialistas de mercado avaliam o bom desempenho da fabricante brasileira de aeronaves comerciais no índice Bovespa, destacando o fluxo de caixa e o Ebitda.
A Empresa caminha a passos largos para se consolidar como uma das maiores do mercado de aeronáutica e para fechar 2024 como a ação que mais se valorizou dentro do Índice Bovespa (Ibovespa), com uma valorização no ano (até ontem) de 146,7% e os papéis negociados acima dos R$ 55.
Com uma história de sucesso que remonta a 1969, a Embraer se consolidou como uma das principais empresas do setor de aeronáutica, sendo líder no mercado de aviação comercial e civil. Recentemente, o papel da Embraer foi fundamental para o desenvolvimento das ações da empresa, com uma valorização de 146,7% no ano de 2024, tornando-a a ação que mais se valorizou no Índice Bovespa (Ibovespa).
Retorno de uma Empresa com Trajetória de Crescimento
Após um período conturbado em 2020 e 2021, marcado pelo cancelamento da fusão com a Boeing e a incerteza sobre o futuro da empresa, a fabricante brasileira de aviões de sucesso pode se orgulhar de uma trajetória de expansão nos últimos anos. Alcançou um lucro de R$ 991,6 milhões no terceiro trimestre, representando um aumento de 226% quando comparado ao mesmo período do ano anterior. A maioria dos analistas de banco avalia que o bom desempenho continuará.
A demanda pelos produtos da empresa, o aumento do fluxo de caixa livre e o bom resultado operacional são os principais motivos apontados pelos analistas para a valorização dos ações da empresa. A carteira total de pedidos atingiu US$ 22,7 bilhões no terceiro trimestre, o maior nível dos últimos nove anos, com aumento de mais de 25% na comparação anual. O fluxo de caixa livre ajustado chegou a R$ 1,4 bilhão, e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Lajida, ou Ebitda, na sigla em ingles) foi de R$ 1,98 bilhão, uma alta de 168% em um ano.
O analista de ações de Transporte e Bens de Capital da América Latina do Santander, Lucas Esteves, destaca a eficiência operacional da empresa. ‘Eles precisavam entregar mais ou menos 74 aeronaves comerciais por ano para atingir uma margem Ebit zero na divisão comercial. Depois de todo esse esforço de eficiência operacional que aconteceu ao longo desses anos, a companhia hoje precisa entregar de 60 a 63 aeronaves para chegar no mesmo Ebit, para entregar o break even (momento em que os ganhos se igualam aos custos).Isso demonstra muito foco em eficiência de produção’, explica Esteves.
Além disso, a empresa tem forte resistência a fatores macroeconômicos e cambiais, como aponta o analista dos setores de Transporte e Construção do UBS BB, Alberto Valerio. ‘A Embraer é uma empresa dolarizada. Então ela não tem problema com a depreciação do real.Ela é uma empresa que está gerando caixa, então ela não tem muito problema com a taxa de juros, que está alta no mundo. E também é uma empresa que tem crescimento, uma história legal, veio lá de baixo e tá subindo’, avalia.
No entanto, Valerio considera que existe um otimismo exagerado do mercado, com um preço alto em relação ao valor estimado da empresa para o longo prazo. Atualmente, o banco tem expectativa de que o preço retorne para R$ 46,50 na B3 nos próximos doze meses. Enquanto isso, no mercado americano, o Citi mantém a recomendação de compra e um preço-alvo de US$ 44 por ADR negociada na bolsa.
A força do dólar americano também ajudou, enquanto problemas na indústria de aviões, como a turbulência nos preços do petróleo, ameaçam o crescimento da demanda por aeronaves. No entanto, a empresa tem mostrado sua capacidade de lidar com as turbulências econômicas e continua a ser uma das principais fabricantes de aviões do mundo.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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