Nilla Fischer relembra pesadelo na Copa do Mundo de 2011, luta contra homofobia e representando as cores da Suécia.
A participação de uma mulher em uma Copa do Mundo, defendendo as cores de sua nação, é um marco na trajetória de qualquer indivíduo ligado ao esporte.
No contexto do futebol feminino, a presença de uma jogadora em uma competição de grande porte como a Copa do Mundo é um exemplo inspirador para gerações futuras.
Representando a força feminina no futebol
Para as jogadoras da seleção da Suécia, porém, o sonho foi precedido por um pesadelo em 2011, quando tiveram que mostrar o órgão genital para confirmar que, de fato, eram mulheres. Nilla Fischer, um dos destaques daquele time que terminou com o terceiro lugar do Mundial feminino no México, revelou esse acontecimento em sua biografia ‘Jag sa inte ens hälften’ (‘Eu não disse a metade’ em português), publicada em junho de 2023. Em entrevista exclusiva à ESPN, ela deu mais detalhes sobre o triste episódio. ‘Foi muito, muito humilhante. E eu acho que no momento, na época em que aconteceu, foi meio estranho, porque em nossas mentes pensamos que era muito estranho e estúpido, tipo, ‘por quê?’ Não poderia ser ‘ok, vocês têm que mostrar seus órgãos genitais para poder jogar esta Copa do Mundo’. Isso não deveria acontecer.’
Lugar de destaque para as jogadoras
‘Você tem que resolver isso com um exame de sangue ou qualquer outra coisa e adiar os jogos, mas sim, nós apenas abrimos nossas pernas… ‘Tirem as calças. Checado. Ela é mulher, ela está liberada para jogar’, contou Nilla, que conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos do Rio 2016, no Brasil. Além de ser uma forte voz na defesa dos direitos das mulheres no futebol, a importância de Nilla Fischer hoje vai além das quatro linhas: a sueca também é mundialmente reconhecida como um símbolo da comunidade LGBTQIA+. Nas redes sociais, por exemplo, ela mostra sua rotina ao lado de sua esposa, Mika Fischer.
Empoderamento feminino e luta contra o preconceito
‘Eu abri a minha vida muito cedo. Como ainda é hoje, antes também não era fácil se assumir sendo jogadora de futebol. Mas há dez anos era ainda pior. E acho que também falo o que penso. Quando eu jogava, não falava apenas sobre futebol, também falava sobre direitos humanos, como LGBTQIA+. Durante os campeonatos, se minha esposa estivesse lá, eu simplesmente ia até ela e a beijava na frente de todo mundo. Eu não me importava com os outros.’ Para a ex-jogadora, o segredo para combater o preconceito é apenas um: educação. No entanto, a sueca entende que é necessário que mais vozes se posicionem para que a homossexualidade no futebol não continue sendo um fator discriminatório, especialmente para os homens. ‘Se alguém tem uma opinião direta sobre mim, cara a cara, eu apenas tento manter a calma. Ficar perto da minha família, ficar perto dos meus amigos. Porque todo esse preconceito não importa. Mas eu tento educar as pessoas. Algumas pessoas são simplesmente idiotas. Então, elas estão perdidas, são uma causa perdida. Mas existem pessoas que simplesmente não pensam nem um passo adiante. E então você tem que tentar educar. Educar as crianças mais novas’, afirmou. ‘Mas também acho que é importante que os grandes clubes deem um passo, tomem uma posição contra a discriminação. Porque o futebol é um esporte muito importante e reflete na sociedade. Então eu acho que realmente deveria dar o exemplo, porque muitas pessoas seguem os grandes jogadores e os grandes clubes. E isso afeta muito as opiniões das pessoas’ Neste mês do Orgulho LGBTQIA+, Nilla Fischer deixou
Fonte: @ ESPN
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