Perda de força de marca é lamentável, diz editor, enquanto nova unidade editorial deve abrir em São Paulo ainda este ano, com lançamentos e parcerias de distribuidores que adotam sistemas de pagamento.
A Livraria Cultura reabriu sua porta em São Paulo, mas não qualquer lugar: foi em um casarão na esquina das avenidas Angélica e Higienópolis, no coração da capital paulista. Há cinco meses, a empresa fechou sua última loja no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, e desde então, os fãs da cultura tinham que se despedir da ideia de entrar em uma livraria.
Desde 22 de outubro, a Livraria Cultura voltou a ser um ponto de encontro para os apaixonados de cultura e negócios, com uma nova abordagem, mas mantendo sua essência em _Livraria_. Com o objetivo de renovar sua presença no mercado e se adequar às novas demandas da sociedade, a Livraria Cultura investiu em tecnologia e em um ambiente físico agradável para _Livraria_, onde os clientes possam encontrar não apenas livros, mas também espaços para se reunir e discutir ideias, por meio de eventos culturais e de negócios.
Na Nova Unidade, a Livraria Cultura Assoma-se com uma Anomalia
Em sua nova instalação, um piano atrai a atenção dos visitantes, mas não é o único elemento que chama a atenção. A desorganização das prateleiras, com estantes contendo obras de Ariano Suassuna ao lado de manuais de desenho, é um visual que não se conforma com as expectativas de uma livraria. O acervo, por si só, é outra anomalia. A falta de lançamentos recentes se faz sentir, com os títulos de autoajuda, negócios e literatura comercial dominando as poucas prateleiras.
Os distribuidores e editoras estão cautelosos, observando os movimentos da empresa com atenção antes de retomar os negócios. A Cultura enfrenta dificuldades financeiras, com uma dívida de R$ 285,4 milhões desde 2018. Para um editor, a situação é lamentável: — A Cultura não tem crédito, pois a gestão permanece a mesma. É uma pena que uma marca tão forte tenha se perdido. — Esse editor ressalta que seria irresponsável voltar a fornecer para um grupo em que não confiamos, devido ao histórico de dívidas para com parceiros. Outro editor expressou surpresa com a nova loja: — O acervo parece bastante esquisito, velho, provavelmente tudo vem do estoque deles. Há poucas novidades, que devem ter vindo de distribuidores. — A empresa procurou distribuidores e prometeu melhorar o sistema de pagamento, garantindo que parte do valor pago se dirija diretamente à conta do fornecedor.
Um distribuidor, por ora, não retorna a parceria, mas não descarta colaborar no futuro, desde que a operação mostre viabilidade. Outro, disposto a dar crédito, considera apenas uma resolução das pendências do fechamento da loja do Conjunto Nacional.
O Retorno da Livraria Cultura Não se Limita à Unidade de Higienópolis
O GLOBO apurou que planos incluem a abertura de uma nova loja em Pinheiros, na Zona Oeste, até o final do ano. Além disso, a empresa busca manter um ponto de venda no Magazine Luiza, que se instalará no Conjunto Nacional, onde funcionava a famosa livraria. Pelo Magazine Luiza, a venda de livros na loja será administrada pela Estante Virtual, pertencente ao Grupo Magalu.
Fonte: @ PEGN
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