Em Portugal, o termo “ansiedade climática” refere-se às preocupações relacionadas a alterações climáticas e eventos meteorológicos extremos, como enchentes no Rio Grande do Sul. Mudanças climáticas, meteorológicas extremas, preocupações ambientais, angústias associadas, alterações recentes, prática clínica, estudo, “The Lancet”, Saúde do Planeta, governos, validação de angústia.
Em meio aos desastres naturais, como os incêndios florestais e as secas que afetaram vastas regiões no Brasil, surge um conceito emergente para descrever as preocupações ambientais: a eco-ansiedade. A eco-ansiedade reflete o impacto psicológico das mudanças climáticas e da degradação do meio ambiente na saúde mental das pessoas, gerando sentimentos de medo e impotência diante do futuro do planeta.
A crescente conscientização sobre a crise climática tem levado muitos indivíduos a experimentarem níveis elevados de ansiedade climática, manifestando-se em sintomas como estresse, tristeza e desesperança. A eco-ansiedade não apenas desperta a necessidade de ações concretas para preservar o meio ambiente, mas também destaca a importância do cuidado com a saúde mental e do apoio emocional para lidar com as incertezas do mundo contemporâneo.
O fenômeno da eco-ansiedade
Eco-ansiedade, também conhecida como ‘ansiedade climática’, é um termo que ganhou destaque nos últimos anos. Segundo a definição da Associação Americana de Psicologia, trata-se do ‘medo crônico da catástrofe ambiental’. Marcos Gebara, especialista em psiquiatria clínica, destaca que esse neologismo surgiu em resposta ao aumento das catástrofes ambientais.
A crescente preocupação com a eco-ansiedade
Gebara relata que, em sua prática clínica, tem observado um aumento significativo nas angústias relacionadas às mudanças climáticas e às extremas meteorológicas recentes. Ele ressalta que as enchentes volumosas e os desastres climáticos têm deixado as pessoas traumatizadas, gerando uma validação da eco-ansiedade.
O que é eco-ansiedade?
O termo eco-ansiedade surgiu na literatura de ecopsicologia nos anos 1990, mas tem ganhado maior relevância diante das alterações climáticas recentes. Um estudo publicado em 2021 no The Lancet Planet Health revelou que a preocupação com as mudanças climáticas é comum entre os jovens, com 59% demonstrando grande preocupação e 89% moderada preocupação.
O impacto emocional das mudanças climáticas
Os resultados do estudo mostraram que mais de 50% dos entrevistados relataram sentimentos como tristeza, ansiedade e impotência em relação às alterações climáticas. Além disso, a maioria afirmou que esses sentimentos afetaram negativamente suas vidas diárias, indicando a necessidade de uma abordagem urgente por parte dos governos.
A influência das redes sociais na eco-ansiedade
Gebara destaca que a ansiedade climática pode ser intensificada pelas redes sociais e pelo noticiário, que amplificam as informações sobre eventos climáticos adversos. Ele ressalta que tanto aqueles que vivenciam diretamente esses eventos quanto os que os acompanham à distância podem experimentar altos níveis de ansiedade.
A importância da validação da angústia relacionada às mudanças climáticas
Os autores do estudo enfatizaram a necessidade de mais pesquisas sobre o impacto emocional das alterações climáticas nos jovens e de ações urgentes por parte dos governos para lidar com essa questão. Validar a angústia das pessoas diante das mudanças climáticas é crucial para promover a saúde mental e o bem-estar da sociedade.
Fonte: © CNN Brasil
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