Inflação alta nos EUA preocupa queda dos juros. No Brasil, problemas fiscais continuam intranquilizando investidores.
Após a divulgação dos dados desanimadores sobre a inflação nos Estados Unidos em março, ocorrida em 12 de abril, o dólar iniciou um movimento de alta tanto no mercado brasileiro quanto internacional, indicando uma tendência de valorização contínua. Essa perspectiva é destacada por especialistas consultados pelo NeoFeed.
Essa valorização do dólar traz reflexos significativos para quem negocia com divisas estrangeiras ou acompanha de perto as movimentações do valor monetário no cenário mundial. É importante estar atento às notícias econômicas e análises de mercado para compreender como essa valorização da moeda americana pode impactar os investimentos e transações financeiras.
Pressão sobre o Real devido a Problemas com Políticas e Cenário Internacional
Para alguns especialistas, a expectativa de adiamento dos cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) para o final do segundo semestre de 2024, somada às dificuldades econômicas do Brasil, contribuem para a manutenção do dólar acima dos R$ 5 no curto prazo. A valorização da moeda americana foi destacada recentemente, em 12 de abril, quando atingiu o maior patamar desde outubro, sendo negociada a R$ 5,12 e alcançando R$ 5,15 ao longo do dia, acumulando uma alta de 5,57% no ano.
Os dados decepcionantes da inflação desempenham um papel crucial na trajetória de valorização do dólar. A divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) de março, acima das expectativas, atingindo 3,5% em 12 meses, impactou negativamente o mercado e impulsionou a alta da moeda americana. A incerteza em relação à inflação nos Estados Unidos e a postura cautelosa do Fed em relação aos cortes de juros contribuem para a atual situação.
A volatilidade nos mercados financeiros, evidenciada pelo aumento das tensões geopolíticas entre Israel e Irã, também influencia a valorização do dólar no curto prazo. Embora fatores eventuais possam influenciar os pregões diários, a tendência de alta do dólar globalmente está relacionada à ausência de sinais claros de que a inflação está sob controle nos EUA.
Os analistas estão revisando suas projeções em meio a esse cenário. O UBS, antes prevendo cortes de juros em junho, agora aponta para setembro como início do processo, seguido por outro corte em dezembro. O Bank of America (BofA) projeta uma redução de 0,25 ponto percentual apenas em dezembro. Enquanto isso, Jamie Dimon, CEO do J.P. Morgan, alerta para a possibilidade de o Fed perder o controle da situação, mantendo a política monetária rígida.
A expectativa de que os EUA mantenham as taxas de juros em níveis superiores por mais tempo do que o previsto dificulta a queda do dólar em relação ao real. Enquanto isso, no Brasil, o Banco Central vem reduzindo progressivamente a taxa Selic, com dois cortes em 2024, totalizando 10,75% ao ano. Esse cenário divergente de políticas monetárias entre os países reforça a pressão de alta sobre o dólar, o qual pode permanecer acima dos R$ 5 frente ao real nos próximos meses.
Fonte: @ NEO FEED
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