Profissionais renomados assinam textos de saúde. Pesquisas revelam novas terapias CAR-T contra tumores sólidos.
Um pilar fundamental do nosso sistema imunológico são as células T, que patrulham todas as regiões do nosso organismo através da circulação sanguínea. Elas têm a capacidade de identificar proteínas anômalas geradas por células de câncer e adentrar o tecido correspondente para combater e erradicar de forma direcionada as células doentes.
Em casos de crescimento descontrolado de células malignas, o que caracteriza um tumor ou neoplasia maligna, o corpo pode não conseguir conter a progressão da doença. Por isso, é essencial entender como as células T podem ser potencializadas no combate ao câncer e outras condições malignas. pilar
Avanços na Terapia com Células CAR-T no Combate ao Câncer
Desde o início do século XX, a compreensão do papel crucial do sistema imunológico no combate ao câncer tem sido um pilar fundamental na busca por tratamentos eficazes. A teoria de Paul Ehrlich sobre as células degeneradas e a resposta imune do corpo lançou as bases para a pesquisa moderna sobre o câncer. As células cancerosas, sendo malignas por natureza, conseguem evadir a vigilância do sistema imunológico, tornando-se um desafio para o tratamento de tumores malignos.
A terapia com células CAR-T, desenvolvida no século XXI, representa um avanço significativo no tratamento do câncer. Essa abordagem inovadora envolve a modificação das células T do paciente para reconhecer e atacar especificamente as células cancerosas. A introdução dessas células CAR-T modificadas no organismo tem mostrado resultados promissores no combate a diversas formas de neoplasias malignas.
Desde a demonstração bem-sucedida da terapia com células CAR-T em pacientes com leucemia intratável em 2009, mais de 20 mil pessoas em todo o mundo foram tratadas com esse método. Os resultados mais impressionantes foram observados em leucemias infantis, onde a taxa de cura chega a 80%. O caso emblemático de Emily Whitehead, diagnosticada com leucemia linfoblástica aguda aos 7 anos, ilustra o potencial transformador dessa terapia.
A aprovação de seis produtos de células CAR-T pela FDA para o tratamento de cânceres sanguíneos representa um marco na história da oncologia. No entanto, o desafio persiste no tratamento de tumores sólidos, que constituem a maioria dos casos de câncer em adultos e crianças. A identificação das proteínas-alvo específicas nos tumores sólidos é essencial para direcionar com precisão as células CAR-T e evitar danos às células saudáveis.
As pesquisas em epigenética representam uma esperança para superar essa barreira, permitindo a identificação de marcadores distintos nas células tumorais. O avanço nesse campo pode abrir novas perspectivas para o desenvolvimento de terapias mais eficazes contra os tumores sólidos, ampliando o alcance da terapia com células CAR-T no combate ao câncer.
Fonte: @ Veja Abril
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