Estudo descarta colapso populacional na Ilha de Páscoa devido à exploração excessiva de recursos limitados e solo pobre, com base em análise genética de dados genéticos antigos.
A Ilha de Páscoa, também conhecida como ilha de Rapa Nui, é um enigma que desafia os historiadores há décadas. A teoria mais aceita é que os habitantes da ilha teriam destruído as florestas, plantas e animais ao longo dos séculos, levando ao colapso total da sociedade que vivia na região. A destruição do meio ambiente foi um fator crucial para o declínio da civilização.
No entanto, estudos recentes sugerem que a história da Ilha de Páscoa pode ser mais complexa do que se imaginava. Alguns pesquisadores acreditam que a ilha de Rapa Nui pode ter sido habitada por uma população mais diversificada e adaptável do que se pensava anteriormente. A descoberta de novos artefatos e ruínas arqueológicas pode ajudar a esclarecer o mistério que envolve a ilha e seus habitantes.
A Ilha de Páscoa: Um Enigma Desvendado
Localizada a mais de 3.700 quilômetros da América do Sul, a Ilha de Páscoa é um dos locais mais remotos do mundo. Os primeiros humanos chegaram ao local por volta de 1000 d.C., provavelmente vindos da Polinésia. A ilha é famosa pelos moai, estátuas de pedra gigantes, e também é conhecida pelo desmatamento de palmeiras e pela superexploração de recursos. A pequena ilha tem apenas 164 quilômetros quadrados e apresenta um solo pobre e recursos limitados de água doce, por exemplo.
O Colapso da Cultura Rapanui: Uma Nova Perspectiva
Um novo estudo publicado na revista Nature aponta que os antigos povos de Rapa Nui não estavam totalmente isolados em sua ilha. Além disso, eles não teriam acabado com todos os recursos da região. Em vez disso, dados genéticos antigos sugerem que a ilha já foi o lar de uma pequena população entre 1.500 e 3.000 indivíduos, que estavam cruzando com populações que tinham ascendência polinésia e indígena americana muito antes de os europeus chegarem a qualquer uma das regiões.
A análise genética indica que a civilização de Rapanui estava crescendo até a década de 1860, quando os ataques de escravos peruanos e as subsequentes epidemias trazidas pela atividade colonial europeia dizimaram a população da ilha para cerca de 110 indivíduos. Os pesquisadores já haviam analisado o solo da região em busca de respostas, mas agora têm uma nova perspectiva sobre o colapso da cultura Rapanui.
A Análise Genética Revela Segredos do Passado
As conclusões são baseadas na análise dos restos mortais de 15 indivíduos antigos de Rapa Nui, cujos ossos e dentes foram desenterrados pelos europeus da ilha nos séculos XIX e XX e levados para vários museus de Paris, na França. Todos estes habitantes antigos tinham cerca de 90% de ancestralidade semelhante à Polinésia. Seus genes também carregavam cerca de 10% de ‘mistura’ indígena americana, um evento de cruzamento que provavelmente ocorreu entre 1250 e 1430.
Dessa forma, os pesquisadores concluíram que não havia nenhuma ancestralidade europeia na antiga Rapanui. Hoje, as populações Rapanui e Polinésia também carregam um componente indígena americano, que estudos sugerem que foi misturado em algum momento entre 1150 e 1495. Isso indica que os marinheiros polinésios chegaram às Américas e Rapa Nui antes dos europeus.
Fonte: @Olhar Digital
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