A sobrecarga de informação melhora nosso desempenho no debate, já a precisão das estimativas é passar da questão inevitável.
Após um longo período lidando com uma enxurrada de solicitações e exigências, Joe Biden, o presidente dos Estados Unidos, finalmente, atendeu às pressões e abriu mão de sua candidatura à reeleição pelo partido democrata. As informações sobre sua decisão surpreenderam muitos, mas era algo que vinha sendo cogitado nos bastidores.
As notícias sobre a renúncia de Biden logo se espalharam, causando um grande impacto na política internacional. O conteúdo das declarações do presidente em sua despedida deixou claro que a decisão não foi fácil, mas necessária para o bem do país.
Reflexões sobre a busca por informações
Desde o momento em que seu desempenho no debate com Donald Trump foi considerado desastroso, em 27 de junho, diversos setores, desde a imprensa até doadores de campanha e lideranças do partido, expressaram suas opiniões, seja publicamente ou nos bastidores, sobre a necessidade de sua abdicação. A partir desse ponto, o fluxo de informações começou a se intensificar, com a imprensa e os sites de notícias já especulando, já no domingo seguinte, sobre quem poderia ser o próximo candidato democrata, as implicações no rumo da disputa eleitoral e os reflexos no mercado financeiro, especialmente nos preços dos ativos e investimentos.
O exercício de filtrar tantas informações, separando o que se repete do que se complementa e das poucas contradições, torna-se crucial. É preciso passar por cima da redundância para identificar os argumentos mais sólidos e formar uma opinião embasada. Na segunda-feira seguinte, mensagens de amigos e alunos já ecoavam a preocupação com os impactos na economia, nos investimentos e a inevitável questão: o que fazer diante desse cenário incerto.
A busca por informações se intensifica em momentos de crise ou mudança significativa, como a eleição americana, onde a ansiedade tende a dominar. O desejo por mais dados, por mais conteúdo que possa orientar a melhor decisão, é inegável. Nesse processo de tomada de decisão, buscamos conforto cognitivo para reduzir a ansiedade, e a sensação de segurança que as informações podem proporcionar é reconfortante, mesmo que ilusória.
Estudos na área da economia comportamental apontam que, embora mais informações aumentem a confiança de quem faz projeções, não necessariamente melhoram sua precisão. Um exemplo clássico é o estudo de Paul Slovic na década de 70, que analisou o efeito da quantidade de informações na acurácia das estimativas. Em uma pesquisa com apostadores de corridas de cavalo, foi constatado que, mesmo com mais dados, a precisão das projeções não aumentava significativamente.
A busca por informações é constante, mas é essencial filtrar e interpretar esses dados de forma crítica e consciente, para evitar decisões precipitadas ou baseadas em falsas seguranças. A quantidade de informações disponíveis pode ser vasta, mas a qualidade da análise e a capacidade de discernimento são fundamentais no processo de tomada de decisão.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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