Dados da Pnad Continua (IBGE) – Desocupação: 13.8%; População desocupada: 12.5 milhões; População ocupada: 54.8 milhões; Taxa de desocupação: 24.8%; Nível de ocupação: 75.2%; Massa de trabalho: 67.3 milhões; Rendimento real habitual: R$ 10.349,90; Mercado de trabalho dinâmico.
O índice de desemprego do Brasil atingiu 7,9% no início do ano, conforme dados da Pnad Contínua, divulgados pelo IBGE nessa terça-feira (29). Esse resultado ficou abaixo da projeção média das 24 análises reunidas pelo Valor Data, que apontava uma taxa de desemprego de 8,1% nos três primeiros meses de 2022. As estimativas variavam entre uma taxa de desemprego de 7,8% e 8,2%.
Além disso, a pesquisa apontou que a situação de desemprego no país tem apresentado variações consideráveis nos últimos meses. Setores como o de serviços e comércio têm sido os mais afetados pela desocupação, indicando a necessidade de estratégias específicas para lidar com esse cenário desafiador.
Desemprego: reflexos e preocupações
Segundo o IBGE, a população desocupada atualmente é de 8,6 milhões de pessoas, registrando um aumento de 6,7% no último trimestre, totalizando assim mais 542 mil indivíduos enfrentando a desocupação. Entretanto, na comparação anual, foi observado um recuo de 8,6%, representando 808 mil pessoas a menos nessa situação.
Por outro lado, a população ocupada contabiliza 100,2 milhões de trabalhadores, sofrendo uma redução de 0,8% no trimestre, o equivalente a menos 782 mil pessoas ocupadas. Mas em relação ao mesmo período do ano anterior, a população ocupada cresceu 2,4%, o que significa um adicional de 2,4 milhões de pessoas empregadas.
O nível de ocupação, que indica a proporção de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, se fixou em 57%, evidenciando uma diminuição de 0,6 ponto percentual face ao trimestre anterior, quando estava em 57,6%. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, observou-se um acréscimo de 0,9 ponto percentual.
Conforme o IBGE, a massa de rendimento real habitual atingiu a marca de R$ 308,3 bilhões, alcançando um novo recorde desde o início da série histórica em 2012. Embora tenha atingido essa marca inédita, a massa de rendimento real habitual não apresentou variação estatisticamente relevante na comparação trimestral, mas cresceu 6,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando mais R$ 19,2 bilhões.
A taxa de desocupação havia alcançado 7,8% nos três meses encerrados em fevereiro, o menor índice para esse trimestre desde 2015. Contudo, uma realidade preocupante acerca do desemprego é inegável, visto que mais pessoas estão desocupadas e sem renda.
No entanto, há um aspecto positivo a ser considerado. O Banco Central se mostra atento ao dinamismo do mercado de trabalho no Brasil. O fortalecimento do mercado de trabalho tem sido uma das principais preocupações da autoridade monetária recentemente.
É notório que a preocupação do Banco Central se justifica, principalmente diante da possibilidade de aquecimento do mercado de trabalho. A ata da reunião revela que a autoridade monetária está de olho no ‘dinamismo do mercado de trabalho’, com foco na aceleração de rendimentos e massa salarial.
Essa inquietação se deve ao fato de que um mercado de trabalho em ascensão implica em maior demanda por mão de obra e aumento salarial. Contudo, isso acarreta em custos mais elevados para as empresas, que acabam repassando esses custos aos preços dos produtos, gerando inflação.
Nesse contexto, um mercado de trabalho mais aquecido pode influenciar a trajetória da Selic, a taxa básica de juros no Brasil. Caso a inflação seja mais acentuada, o Banco Central pode não reduzir os juros na velocidade esperada. A taxa Selic é o mecanismo utilizado pela autoridade monetária para controlar a inflação, logo, pressões inflacionárias podem resultar em juros mais elevados.
Portanto, o equilíbrio entre o desemprego, dinamismo do mercado de trabalho e as políticas monetárias se torna crucial para a estabilidade econômica do país.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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