Impulso digital: hábito de navegar pela tela considerado doença ou natural? Impulsivo, conditionado por sistema circuito recompensa. Notícias interessantes, informações geradoras prazer. Olhar Digital fornece claridade.
Já refletiu sobre quantas vezes ao dia você verifica o seu celular? De forma consciente ou inconsciente. Em diversas ocasiões para checar a hora, fazer uma ligação ou enviar uma mensagem relevante. No entanto, frequentemente, indivíduos iniciam a mexer no dispositivo por um comportamento quase automático.
Esse comportamento de checar o celular constantemente pode estar relacionado a uma busca por conexão ou entretenimento. Muitas vezes, as pessoas se veem presas nesse ciclo de verificar notificações e redes sociais, o que pode influenciar negativamente na produtividade e no comportamento social. É importante estar atento a esses padrões e buscar um equilíbrio saudável no uso do celular.
Comportamento Impulsivo e o Vício em Smartphones
E a ciência tem explicações fascinantes sobre o comportamento humano em relação ao uso excessivo de smartphones. Não são apenas os adolescentes que passam horas intermináveis com seus dispositivos; os adultos também estão cada vez mais envolvidos nesse hábito digital. Um estudo realizado pela professora de Psicologia Éilish Duke, da Universidade Leeds Beckett, revelou que, em média, as pessoas verificam seus smartphones a cada 18 minutos. No entanto, ao filmar os participantes, a pesquisadora descobriu que muitos não conseguiam ficar longe de seus celulares por menos de 5 ou 10 minutos.
Seria isso um problema de saúde? Será que estamos todos viciados nas telas dos nossos dispositivos? A resposta dos especialistas é tranquilizadora: esse comportamento tem raízes científicas e é perfeitamente natural. O impulso de pegar o celular e checar as notificações é um reflexo automático, resultado de um hábito condicionado ao longo do tempo. Assim como fechar a porta ao sair de casa, essa ação se tornou parte integrante de nossa rotina diária, mesmo que nem sempre estejamos conscientes disso.
A curiosidade, segundo a professora Ariane Ling, do Departamento de Psiquiatria do NYU Langone Health, é inerente à natureza humana. Estamos biologicamente programados para buscar informações do ambiente ao nosso redor, o que explica nosso interesse por notícias e eventos que despertam nossa atenção. Esse comportamento é crucial para nossa sobrevivência e faz parte de nossa evolução como espécie.
Além disso, nosso cérebro é projetado para buscar recompensas, ativando o sistema de circuito de recompensa em resposta a estímulos prazerosos. Seja pelo sexo, álcool, drogas ou até mesmo pelas interações nas redes sociais, nosso cérebro busca constantemente por mais prazer e satisfação.
O uso frequente do smartphone se encaixa perfeitamente nesse cenário. O hábito de verificar o celular, a constante busca por informações interessantes e a sensação de prazer gerada por essas interações são elementos que alimentam o circuito de recompensa do cérebro. Embora existam potenciais riscos associados a esse comportamento, como a falta de critérios claros para distinguir entre um uso saudável e um uso problemático, não há uma classificação oficial de dependência de celular nos manuais de diagnóstico psiquiátrico.
Portanto, é essencial compreender as complexidades do comportamento humano em relação ao uso de smartphones, reconhecendo os impulsos automáticos, os hábitos condicionados e a busca inata por recompensas. Ao equilibrar o uso desses dispositivos e estabelecer limites saudáveis, podemos desfrutar dos benefícios da tecnologia sem comprometer nossa saúde mental e bem-estar.
Fonte: @Olhar Digital
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