Construtoras buscam funding imobiliário para financiar canteiros de obra, utilizando instrumentos de crédito do Sistema Brasileiro, como o Fundo de Garantia, no mercado imobiliário.
Do projeto arquitetônico ao término da obra, um empreendimento imobiliário passa por uma trajetória longa e complexa que exige uma grande quantidade de recursos financeiros. Nesse sentido, o financiamento desempenha um papel fundamental para transformar o sonho em realidade. Afinal, é necessário dinheiro para comprar materiais, contratar mão de obra e equipamentos, como guindastes e betoneiras.
Para que um projeto imobiliário seja bem-sucedido, é essencial ter um plano de financiamento sólido. Isso pode incluir a busca por funding de investidores, a obtenção de crédito bancário ou a contratação de um empréstimo específico para construção. Além disso, é importante ter um controle rigoroso dos custos e prazos para evitar atrasos e sobrecustos. A gestão financeira eficaz é a chave para o sucesso de qualquer empreendimento imobiliário.
Financiamento de Projetos Imobiliários: Desafios e Oportunidades
No mercado imobiliário brasileiro, as pequenas e médias construtoras enfrentam desafios significativos para financiar seus projetos. Nesse contexto, elas recorrem a instrumentos de crédito para financiar seus canteiros de obra. O financiamento é um processo crucial para o desenvolvimento de projetos imobiliários, e o mercado utiliza o termo ‘funding’ para definir a captação de recursos financeiros para financiar uma obra. Esse tipo de empréstimo é oferecido por instituições ou fundos com a expectativa de lucrar no futuro.
No Brasil, o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) são os principais credores. O impacto da poupança é significativo, com um volume financiado via SBPE de R$ 100,1 bilhões nos primeiros sete meses de 2024, o que representou o financiamento de 302,2 mil imóveis. Esses recursos são disponibilizados tanto para compradores de imóveis quanto para incorporadoras.
Limitações do Financiamento Tradicional
No entanto, analistas apontam que apenas a poupança e o FGTS não são mais suficientes para suportar toda a demanda do setor. ‘Essas fontes de recursos têm limitações’, analisa Raul Gomes, Superintendente Nacional de Habitação Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal. ‘A captação de recursos via poupança pode ser influenciada por fatores macroeconômicos como taxas de juros e inflação, que afetam o comportamento dos investidores e poupadores. Da mesma forma, o FGTS é um fundo limitado, cuja sustentabilidade depende das contribuições dos empregadores e do saldo existente.’
Alternativas de Financiamento
Com o aumento da demanda, há uma necessidade crescente de recursos. O mercado imobiliário é do tamanho do ‘funding’ para o setor, afirma o Presidente do Secovi-SP. Em um país onde o déficit habitacional alcançou 6 milhões de domicílios, segundo dados de 2022 divulgados pela Fundação João Pinheiro (FJP), é natural que incentivos à moradia se tornem programas políticos, movimentem a economia e impulsionem uma indústria milionária. Daí, a demanda crescente de empresários do setor vem abrindo caminho para modelos alternativos de financiamento.
Exemplos de Projetos Imobiliários
A construtora Haute S/A, fundada em 2021, desenhou uma estratégia para tirar do papel um edifício de alto padrão na cidade de Teresina, capital do Piauí. Idealizado pelo engenheiro Jamil Rahme, o projeto visa preencher uma lacuna no mercado local. ‘Observamos que existe oferta de imóveis até 70 m² e de apartamentos com mais de 100 m². Focamos em unidades de 86 m²’, argumenta Vanderlei Silva, Diretor Comercial da empresa. O primeiro passo do projeto foi encontrar o terreno. O escolhido foi um espaço no bairro de Fátima, segundo metro quadrado mais caro da capital.
Fonte: © Estadão Imóveis
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