Desde 10 de abril, mais de um milhão de casos registrados no Brasil; projeção do Ministério da Saúde de janeiro para o ano aproxima-se. Etárias superior e inferior, afetadas; coeficiente de incidência, mudanças climáticas e condições ideais, ritmo atípico. Epidemia interiorizada. Medidas pouco eficazes: eliminação de criadouros, repelentes (icaridina, DEET, IR3535).
Nesta última segunda-feira, 29 de junho, o Brasil alcançou a marca de mais de 4 milhões de dengue. O país contabiliza agora 4.127.571 casos prováveis da doença, representando um aumento significativo em relação à última atualização em abril, quando os casos totalizavam 3 milhões.
Além dos casos de dengue, é importante estar atento a outras arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. A prevenção e o combate às doenças transmitidas pelo vetor são fundamentais para conter a proliferação dessas enfermidades. Fique atento aos sintomas e busque ajuda médica em caso de suspeita de dengue ou outras arboviroses.
Mudanças Climáticas e Dengue: Um Cenário Preocupante
Os últimos dados do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde revelam um panorama alarmante em relação à dengue no Brasil. É importante notar que os números divulgados diariamente podem não refletir imediatamente a realidade, devido a um intervalo para atualizações completas. Em relação às mortes pela doença, 1.937 foram confirmadas e 2.345 ainda estão em fase de investigação.
O coeficiente de incidência de dengue no país é de 2.032,7 casos para cada 100 mil pessoas. Esse número demonstra a gravidade da situação e a necessidade urgente de medidas eficazes de controle. A eliminação de criadouros de mosquitos continua sendo uma das estratégias mais eficazes para prevenir a propagação da doença.
A Faixa Etária Afetada pela Dengue
Um ponto de destaque é a faixa etária mais atingida pela dengue, que continua sendo a de 20 a 29 anos, conforme observado em anos anteriores. No entanto, um dado preocupante é o aumento significativo de mais de 100% nos casos em todas as faixas etárias, incluindo crianças menores de 1 ano e pessoas com 80 anos ou mais. Esse aumento é especialmente alarmante entre os idosos, que registraram um aumento de 203% em comparação com 2023.
Epidemia Interiorizada: Dengue em Diversos Estados
Os Estados mais afetados pela dengue atualmente são o Distrito Federal, Minas Gerais, Paraná, Espírito Santo, Goiás e Santa Catarina. Em contrapartida, Roraima registra a menor incidência da doença, com um coeficiente de 43,9 casos por 100 mil habitantes, seguido por Ceará e Sergipe. Essa distribuição geográfica ressalta a necessidade de ações coordenadas em todo o país para combater a propagação da dengue.
Fatores Contribuintes para o Aumento dos Casos de Dengue
Especialistas apontam que o aumento expressivo dos casos de dengue está relacionado a medidas pouco eficazes de controle do mosquito Aedes Aegypti, vetor da doença. A conscientização sobre a eliminação de criadouros, o uso de repelentes e inseticidas são ações importantes, porém, a ação climática tem desempenhado um papel significativo.
As mudanças climáticas, com temperaturas elevadas e chuvas irregulares, criam condições ideais para a reprodução do mosquito transmissor da dengue. Além disso, a circulação simultânea dos quatro sorotipos da doença e a interiorização dos casos para cidades pequenas e médias também contribuem para a disseminação da epidemia.
Medidas de Prevenção e Controle da Dengue
A eliminação de criadouros de mosquitos permanece como uma das estratégias mais eficazes para prevenir a dengue. Além disso, o uso de repelentes à base de icaridina, DEET e IR3535, que possuem maior durabilidade, é recomendado. Outras medidas preventivas incluem o uso de roupas claras, mosquiteiros e a vacinação.
A aprovação da vacina Qdenga pela Anvisa em 2023 representa um avanço no combate à dengue no Brasil. A vacinação é fundamental para reduzir a incidência da doença e proteger a população, especialmente em um cenário de epidemia interiorizada. É necessário adotar medidas amplas e eficazes para conter a propagação da dengue e garantir a saúde pública.
Fonte: @ Estadão
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