A juíza decretou a prisão preventiva; Érika vai para Bangu na sexta-feira após o pedido de revogação da prisão.
A defesa de Érika de Souza Vieira Nunes, que foi presa em flagrante ao levar o tio morto para sacar um empréstimo em um banco de Bangu, no Rio de Janeiro, entrou com um pedido de habeas corpus nesta quinta-feira (18), solicitando a revogação da prisão. Os advogados argumentam que a ação da cliente foi baseada na falta de informação sobre os procedimentos legais e pedem clemência diante das circunstâncias complicadas.
A defesa de Érika de Souza Vieira Nunes ressalta que ela agiu sem intenção criminosa e estava lidando com uma situação de grande desespero. Os advogados ainda destacaram a ética profissional da ré em sua vida cotidiana, evidenciando sua dedicação à família e aos seus compromissos.
Defesa alega problemas de saúde da filha na solicitação de revogação da prisão
De acordo com o conteúdo do documento revelado, a defesa tomou a iniciativa de entrar com o pedido judicial na 2ª Vara Criminal de Bangu, localizado no bairro da agência bancária onde a situação controversa envolvendo Érika e Paulo Roberto Braga, de 68 anos, ocorreu. O documento solicita a revogação da prisão de Érika, que levou Paulo até o banco para sacar a quantia de R$ 17 mil. A defesa alega que, caso a prisão não seja suspensa, é pedido que ela responda em liberdade durante as investigações em andamento.
Segundo trechos do habeas corpus, a defesa argumenta que a acusada é uma pessoa de boa índole, sem histórico criminal, comprometida em respeitar a legislação, sem intenção de fugir das responsabilidades judiciais ou obstruir as investigações em curso, sendo que ela possui residência fixa. Os advogados defendem que a prisão preventiva é uma medida injusta, pois Érika sempre foi reconhecida por sua honestidade e dedicação ao trabalho.
A equipe de advogados menciona que Érika é mãe de uma filha especial de 14 anos e reitera que já fizeram um novo pedido para a revogação da prisão preventiva. A criança possui diversas deficiências cognitivas e motoras, além de apresentar várias condições clínicas específicas, o que demanda cuidados especiais. A defesa ressalta que a menina enfrenta desafios diários, como dificuldades na fala, desenvolvimento, mudanças bruscas de humor e confusão entre realidade e imaginação.
Argumentos da Defesa e Pedido de Revogação da Prisão
Os advogados defendem que não há mais justificativa para a manutenção da prisão de Érika, visto que as acusações se baseiam em um equívoco público de que ela teria levado um cadáver ao banco com a intenção de cometer fraude em solicitação de empréstimo, o que, de acordo com a defesa, não condiz com a verdade dos fatos. Fotos obtidas pelo g1 revelam que Paulo estava vivo e internado em uma unidade de saúde em Bangu, tratando-se de pneumonia, dias antes do ocorrido no banco.
Além disso, a defesa enfatiza que a filha de Érika necessita de cuidados especiais e que sua situação familiar deve ser considerada na decisão sobre a liberdade da acusada. Os documentos médicos comprovam que o idoso faleceu após os dias em que esteve hospitalizado, e não durante a visita ao banco como se suspeitava inicialmente. Alegações da defesa apontam que as circunstâncias do caso não justificam a prisão preventiva, sendo este um ponto crucial na solicitação de habeas corpus para Érika.
A juíza responsável pela decisão de converter a prisão em flagrante em prisão preventiva, Rachel Assad da Cunha, classificou o incidente como ‘repugnante e macabro’, ressaltando a gravidade da situação e a exposição do idoso, falecido devido a causas naturais previamente identificadas. A expectativa é de que Érika seja transferida para o presídio de Bangu em breve, conforme determinação judicial, a menos que ocorra a revogação da prisão solicitada pela defesa.
Fonte: @ Hugo Gloss
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