Persistir em busca de escolhas perfeitas pode deixar você menos feliz e ansioso. Considere abordagens satisfatórias, maximizadoras, equilibradas, com milhares de informações recursos cognitivos. Evite a obsessão por ultimas opções quase infinitas.
Estou conduzindo Penny, minha filha de 3 anos, para a creche. Ela me faz uma pergunta, mas estou um pouco distraída, ponderando se, após deixá-la, devo testar uma nova bebida no Starbucks ou manter meu favorito, café com leite de soja. Preciso tomar decisões suficientes ao longo do dia para manter o equilíbrio.
Depois de deixar Penny na escolinha, decido me dar um momento para relaxar e tomar um café. Opto por experimentar a nova bebida do Starbucks, buscando decisões satisfatórias que me permitam desfrutar de pequenos prazeres durante a rotina agitada. Afinal, é importante encontrar um tempo para si mesmo, mesmo que seja apenas para apreciar um café diferente. Decisões suficientes podem tornar o dia mais interessante e surpreendente.
Decisões Suficientes: Encontrando o Equilíbrio Fundamental
Aí reflito sobre a conversa que tive com meu esposo na noite anterior: decidir entre matricular as crianças na escola pública ou particular. ‘Podemos ter um tempo especial, mamãe-e-Penny, quando me buscar na escola?’, ela repete, mencionando os momentos únicos que compartilhamos, longe da irmã mais nova. Se minha mente não estivesse tão ocupada, talvez tivesse ouvido seu pedido na primeira vez.
Diariamente, somos bombardeados com escolhas, algumas simples, como o café da manhã, outras complexas, como a escolha da escola para as filhas. Com uma infinidade de opções e informações disponíveis, poderíamos supor que as melhores decisões vêm de análises detalhadas, não é mesmo? Errado.
Pesquisas em psicologia indicam o contrário. Na verdade, indivíduos que fazem decisões ‘boas o suficiente’, em vez de perfeitas, tendem a ser mais felizes. Estima-se que os adultos nos EUA tomem milhares de decisões diariamente. Em um mundo com informações quase infinitas, é impossível para os humanos terem recursos cognitivos para decidir perfeitamente em todas as situações.
Ao lidar com decisões, as pessoas frequentemente optam por duas abordagens: maximização ou satisfação. Os maximizadores buscam a melhor escolha, enquanto os satisficistas buscam uma decisão satisfatória. O termo ‘satisficing’, cunhado por Herbert Simon, combina ‘satisfazer’ e ‘suficiente’.
As decisões satisfatórias atingem um equilíbrio fundamental. Decisões precipitadas ou emocionais tendem a ser ruins, enquanto as maximizadas podem levar a arrependimentos. Decisões suficientemente boas são ponderadas. Quando algo atende às necessidades, é considerado bom o suficiente.
Por exemplo, maximizadores podem passar horas online procurando o fone de ouvido perfeito, analisando minuciosamente avaliações e recursos. Já os satisficistas clicam em ‘comprar’ ao encontrar um modelo que atende suas necessidades. Em um mundo com milhares de informações, é essencial encontrar um equilíbrio entre maximização e satisfação nas decisões do dia a dia.
Fonte: @ Estadão
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