Pooryia Abdullahi andou por três dias até a fronteira com o Irã, fugindo da perseguição do Talibã, e hoje na rotina comum no Brasil busca ser profissional do futebol e ingressar na seleção militar da ocupação no Afeganistão, apenas uma de oportunidade.
Em busca de sonhos e oportunidades, Pooryia Abdullahi, de 21 anos, busca se tornar jogador de futebol profissional. O caminho para alcançar o objetivo, no entanto, é marcado por desafios, como superar obstáculos na sua jornada até chegar ao Brasil, país que se tornou um refúgio para o jovem afegão refugiado. O objetivo de alcançar o sonho é um desejo compartilhado por muitos jovens, tanto no Afeganistão quanto em outros países onde, muitas vezes, homens, mulheres e crianças são forçados a abandonar suas casas em busca de solicitante de asilo, migrante ou deslocado.
Para alcançar o sonho de se tornar jogador de futebol profissional, refugiado Pooryia Abdullahi enfrenta muitos desafios, tanto em campo quanto fora dele. O jovem enfrenta obstáculos, como superar barreiras linguísticas e culturais, além de enfrentar desafios em sua busca por oportunidades no futebol, como uma carreira no estrangeiro. “Eu quero ser jogador de futebol profissional, seja onde for, qualquer onde eu possa viver”, afirma o jovem afegão em busca de um refúgio seguro e de oportunidades.
Refugiados e Migrantes: Um Destino Comum?
A vida de Pooryia, um jovem afegão, mudou drasticamente em 2021, quando o Talibã retomou o poder no Afeganistão. Ele e sua família, que até então viviam em Ghor, se viram forçados a deixar o país para escapar da crise política e humanitária que se seguiu. Com a ocupação militar dos Estados Unidos havia terminado, milhares de pessoas, incluindo Pooryia, foram deixadas à mercê do Talibã. Os irmãos de Pooryia e seus pais partiram rumo ao Irã, enquanto ele permaneceu, relutante em abrir mão de sua bagagem de futebol.
Como jogador de futebol, Pooryia havia se tornado um talento promissor, tendo integrado as categorias de base da seleção do Afeganistão. No entanto, com a situação no país se deteriorando, ele finalmente decidiu partir, abandonando seu clube, o Pasagard Etehad Ghor, sem sequer tirar suas chuteiras. Uma viagem a pé, com apenas as roupas do corpo e uma garrafa d’água, o levou ao Irã, onde se reuniu com sua família.
No entanto, mesmo no Irã, os refugiados como Pooryia enfrentam desafios. A situação econômica do país os impede de se estabelecer e encontrar oportunidades decentes. Pooryia, que sonhava continuar jogando futebol, se vê desanimado pela falta de campos de futebol e pela distância que os separa de sua antiga rotina comum. Ele começa a se perguntar se a busca por um refúgio seguro valerá a pena, se o custo da adaptação será maior do que a recompensa.
Um dia, enquanto assistia a uma reportagem na TV, Pooryia se depara com a história de outro jovem refugiado, que também havia perdido tudo em sua jornada. Essa história o faz refletir sobre a sua própria situação e a dos milhares de refugiados que, como ele, precisam encontrar uma janela de oportunidade em um país novo.
Fonte: © GE – Globo Esportes
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