Terapia com medicamentos reduz risco de internações em 75%, diminui mortes e melhora saúde mental, evitando obstruções nas artérias. Acompanhamento psicoterápico é necessário.
Abordar a ansiedade e a depressão é fundamental para a saúde mental dos pacientes, especialmente aqueles que lidam com doenças mentais. Um recente estudo divulgado no Journal of the American Heart Association revelou que o tratamento adequado dessas condições pode ter um impacto significativo na qualidade de vida e no bem-estar dos indivíduos.
Além disso, a pesquisa destacou que a atenção à saúde mental pode contribuir para a prevenção de transtornos mentais mais graves, como transtornos de humor e ansiedade. Investir na saúde mental é essencial para promover o equilíbrio emocional e a estabilidade psicológica, reduzindo assim a incidência de complicações relacionadas às doenças mentais.
A Importância do Cuidado com a Saúde Mental em Pacientes com Doenças Cardiovasculares
De acordo com os pesquisadores da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, embora haja uma vasta quantidade de estudos sobre o assunto, ainda há escassas evidências de que o cuidado da saúde mental possa efetivamente impactar o desfecho desses pacientes. Para investigar essa relação, o estudo analisou 1.563 adultos, com idades entre 21 e 64 anos, participantes do programa Medicaid de Ohio, que foram acompanhados ao longo de três anos.
Todos esses indivíduos haviam sido hospitalizados devido a obstruções nas artérias ou insuficiência cardíaca, sendo que cerca de 92% deles foram diagnosticados com ansiedade e 55,5% com depressão. Os resultados revelaram que aqueles que receberam tratamento psicoterápico em conjunto com medicamentos apresentaram uma redução de risco entre 68% e 75% de readmissão hospitalar, além de uma diminuição de até 74% no retorno ao pronto-socorro. A probabilidade de mortalidade por qualquer causa diminuiu em 67%, sendo que o impacto foi de aproximadamente 50% para aqueles que realizaram apenas o acompanhamento psicoterápico ou utilizaram apenas medicação.
O cardiologista Humberto Graner, do Hospital Israelita Albert Einstein de Goiânia, ressalta a estreita conexão entre a saúde mental e a saúde do coração. Ele destaca que a relação entre esses transtornos e os desfechos clínicos em doenças cardiovasculares tem sido objeto de diversos estudos ao longo dos anos e está bem estabelecida. Graner explica que o estresse, a ansiedade e a depressão desencadeiam uma resposta ao estresse no corpo, liberando hormônios como cortisol e adrenalina, que podem sobrecarregar o organismo a longo prazo, elevando a pressão arterial e a frequência cardíaca.
Além disso, o estresse crônico e a depressão podem desencadear processos inflamatórios que danificam os vasos sanguíneos, levando à formação de placas que obstruem as artérias, aumentando o risco de ataques cardíacos e derrames. Graner destaca também a influência do estilo de vida, observando que esses pacientes muitas vezes enfrentam dificuldades em manter hábitos saudáveis, como a prática de exercícios físicos, o tabagismo e escolhas alimentares inadequadas, fatores que contribuem para o aumento do risco de doenças cardíacas.
Os autores do estudo afirmam que os resultados ressaltam a importância de identificar e intervir precocemente em problemas de saúde mental nesses pacientes, visando reduzir o risco de complicações. A saúde mental é um aspecto fundamental a ser considerado no cuidado integral da saúde, especialmente em pacientes com doenças cardiovasculares.
Fonte: © CNN Brasil
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