Empresa envolvida em polêmica que resultou no primeiro impeachment de Donald Trump devido a interrupções causadas por atualização de software em nível profundo.
O apagão cibernético global que atingiu aeroportos, bancos e outras empresas na sexta-feira (19) parece ter sido desencadeado, em parte, por uma atualização de software da empresa de segurança cibernética norte-americana CrowdStrike. A CrowdStrike comunicou aos seus clientes na sexta-feira que as interrupções foram provocadas por ‘um defeito encontrado em uma única atualização de conteúdo de seu software em sistemas operacionais Microsoft Windows’, de acordo com uma publicação do CEO George Kurtz. Kurtz mais tarde se desculpou com os clientes e afirmou que a empresa está ‘profundamente arrependida pelo inconveniente e pela interrupção’, ele postou no X.
Ele reiterou que a interrupção não foi causada por uma violação de segurança ou um ataque cibernético e afirmou que os clientes da CrowdStrike estavam ‘totalmente protegidos’. ‘Estamos trabalhando com todos os clientes afetados para garantir que os sistemas estejam funcionando novamente e possam fornecer os serviços com os quais seus clientes estão contando’, disse Kurtz, reiterando que a causa da interrupção não foi maliciosa. Os engenheiros da empresa tomaram medidas para resolver o problema, de acordo com um aviso visto pela CNN Internacional, que os orientou a reiniciar seus computadores e executar outras ações se ainda estivessem tendo problemas técnicos. O problema é específico do Falcon, um dos principais produtos de software da CrowdStrike, e não está impactando os sistemas operacionais Mac ou Linux, de acordo com o aviso.
Apagão Cibernético: CrowdStrike e a Proteção de Dados na Nuvem
A Crowdstrike destaca a importância do Falcon, seu software destinado a garantir a segurança de arquivos armazenados na nuvem. Reconhecido por sua eficácia, o software de segurança cibernética da CrowdStrike é amplamente utilizado por empresas de renome, como grandes instituições financeiras, empresas de saúde e do setor energético. Sua função primordial é detectar e neutralizar ameaças de hacking que possam comprometer a integridade dos dados.
Como ocorre com outras soluções de segurança cibernética, o software da CrowdStrike demanda um acesso de nível profundo ao sistema operacional para identificar possíveis vulnerabilidades. Recentemente, uma falha foi observada em computadores com sistema operacional Microsoft Windows, atribuída a uma atualização de código emitida pela CrowdStrike, que interagiu de forma defeituosa com o sistema, resultando em interrupções significativas.
O fundador da CrowdStrike, Kurtz, prontamente reconheceu o problema e sua equipe trabalhou incansavelmente para isolar a falha e implementar uma atualização corretiva. No entanto, os impactos do apagão cibernético não passaram despercebidos, refletindo-se nas ações da empresa, que sofreram uma queda abrupta de mais de 11%.
A reputação da CrowdStrike no mercado de segurança cibernética é notável. Além de oferecer soluções de software, a empresa se destaca por conduzir investigações aprofundadas em casos de invasões digitais de grande escala. Seu trabalho se estende a diversas esferas, incluindo colaborações com o governo dos Estados Unidos em investigações de segurança cibernética.
Um dos marcos na trajetória da CrowdStrike foi sua atuação no rastreamento de hackers norte-coreanos ao longo de uma década, bem como a identificação dos responsáveis pelo ataque à Sony Pictures em 2014. Contudo, seu envolvimento na investigação do hack russo durante as eleições presidenciais de 2016 nos EUA gerou grande repercussão.
A empresa foi alvo de teorias da conspiração, especialmente após menções feitas pelo ex-presidente Donald Trump em relação à CrowdStrike durante uma ligação com o presidente ucraniano em 2016. Apesar das controvérsias, a CrowdStrike foi pioneira em alertar sobre a interferência russa nas eleições de 2016, um posicionamento posteriormente respaldado pelas agências de inteligência dos EUA.
A CrowdStrike continua a desempenhar um papel fundamental na defesa cibernética, destacando-se por sua expertise e compromisso com a segurança digital em um cenário cada vez mais complexo e desafiador.
Fonte: © CNN Brasil
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