Comissão Parlamentar identificou 264 casos suspeitos de manipulação em futebol brasileiro (2022-2024). Termos: Inquérito Renovação Contrato Empresa Líder Global Tecnologia Esportiva Partidas Orgãos Investigação Convenção Macolin Deposições Ex-árbitro Ex-assessor Presidentes: Comissão Arbitragem Palmeiras São Paulo.
O diretor de competições da CBF, Júlio Avellar, enfatizou à CPI da Manipulação no Futebol no Senado, nesta segunda-feira, que já foram identificados 264 partidas suspeitas de manipulação no futebol brasileiro entre 2022 e 2024. – A partir da minha entrada, em abril de 2022, a gente começa a tomar uma série de medidas no combate à manipulação de resultados – afirmou Avellar.
Em outro ponto, a investigação mencionada durante a audiência revelou um esquema de fraude envolvendo jogadores, dirigentes, envolvidos esportivos e empresas de apostas. A seriedade dessas ações fraudulentas deve ser combatida com rigor pelas autoridades competentes no cenário esportivo.
Manipulação no futebol: Novas descobertas e investigações
Além do diretor de competições, a Comissão Parlamentar de Inquérito também ouviu Eduardo Gussem, o oficial de Integridade da CBF. Durante o mapeamento feito pela CBF e a empresa Sportradar, uma empresa líder global em tecnologia esportiva, descobriu-se que somente 31 dessas partidas foram monitoradas pela Confederação. As demais ocorreram em competições estaduais, incluindo categorias de base, profissional e futebol feminino.
Após a renovação do contrato com a Sportradar, o número de partidas monitoradas aumentou significativamente, passando de 1.224 para 5.226 em 2024, revelou Avellar. Todas as ocorrências identificadas pela CBF foram encaminhadas para diversos órgãos de investigação, como Polícia Federal, Ministério Público, Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) e à comissão de ética da confederação.
Porém, Avellar não esclareceu se todos os jogos impactados tiveram o resultado final manipulado ou se as interferências ocorreram durante a partida, como cartões amarelos, faltas e laterais. Eduardo Gussem salientou que apesar das regras rígidas, o futebol brasileiro necessita aderir à Convenção de Manipulação de Competições Esportivas (Convenção de Macolin) para reforçar a detecção e investigação de manipulação de jogos.
Fraude envolvendo jogadores e empresas de apostas: Próximos passos na investigação
Próximos depoimentos aguardados incluem Glauber do Amaral Cunha, ex-árbitro de futebol, e José Francisco Manssur, ex-assessor especial do Ministério da Fazenda. Wilson Luiz Seneme, Presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, e Hélio Santos Menezes Junior, Diretor de Governança e Conformidade da CBF, também estão programados para depor em breve.
Leila Pereira, presidente do Palmeiras, e Julio Casares, presidente do São Paulo, deverão prestar depoimento como convidados no final de maio. Esses depoimentos são parte dos esforços da CPI do Senado, que foi instalada em abril para investigar fraudes que envolvem jogadores, dirigentes esportivos e empresas de apostas.
A comissão terá 180 dias para concluir os trabalhos, prorrogáveis por mais 90 dias, e produzirá um relatório com suas conclusões. O relator da CPI, senador Romário, será apoiado pelo presidente Jorge Kajuru e vice-presidente Eduardo Girão. O objetivo principal é responsabilizar civil e criminalmente os envolvidos, seguindo os princípios da lei.
Fonte: © GE – Globo Esportes
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