Cerca de 340 mil cotas de consórcios residenciais foram vendidas de janeiro a maio, conforme a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios. Mas será a escolha certa para os brasileiros que sonham com a casa própria?
A participação dos brasileiros nos consórcios registrou um aumento significativo de janeiro a maio deste ano em comparação com o período anterior, e o segmento de consórcio residencial se sobressai na comercialização de novas cotas em relação às outras modalidades disponíveis. A demanda por esse tipo de serviço, que viabiliza a aquisição ou a reforma da moradia, mantém a tendência observada em 2023.
O setor de consórcios no Brasil está em expansão, com destaque para o consórcio residencial como uma opção cada vez mais procurada pelos consumidores em busca de soluções para a aquisição ou melhoria de imóveis. A popularidade desse produto financeiro reflete a busca por alternativas acessíveis e planejadas para realizar o sonho da casa própria, impulsionando o mercado imobiliário nacional.
O crescimento dos consórcios residenciais no mercado imobiliário
O mercado de consórcios residenciais tem se destacado como uma opção atrativa para quem busca adquirir a casa própria. De acordo com a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac), o setor registrou um avanço significativo, com um aumento de 22,7% nas comercializações de imóveis. Esse crescimento superou outras categorias, como veículos leves, motocicletas, eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, veículos pesados e serviços.
Os números impressionam: mais de R$ 140 bilhões foram movimentados em negócios envolvendo diversos tipos de produtos, sendo que os consórcios de imóveis representaram cerca de 45% desse montante, totalizando R$ 63 bilhões. Em termos de participantes ativos, os consórcios residenciais ocupam a terceira posição no ranking.
Esse cenário positivo ocorre em meio a uma série de reduções na taxa Selic no primeiro semestre. A trajetória de queda da taxa de referência de juros no Brasil, que passou de 13,75% para 10,50%, tem impacto direto nas condições de financiamento. A expectativa é que as taxas praticadas pelos bancos também sejam ajustadas, incluindo aquelas voltadas para a aquisição da casa própria.
No entanto, é importante ressaltar que a Selic nem sempre influencia diretamente as linhas de crédito imobiliário, devido ao seu caráter de longo prazo. As instituições financeiras adotam uma postura cautelosa, considerando não apenas as taxas atuais, mas também as projeções futuras, a fim de oferecer financiamentos com juros mais atrativos.
O setor de consórcios continua em ascensão por atender à demanda por crédito de forma acessível e com custos razoáveis. Mesmo em um cenário de taxa Selic a 10,50%, o mercado de consórcios residenciais mantém um crescimento em torno de 20%. Guilherme Carrasco, vice-presidente executivo da Ademicon, destaca que o segmento imobiliário registrou um aumento de 50%.
Segundo dados da Abac, aproximadamente 340 mil cotas de consórcios residenciais foram comercializadas entre janeiro e maio. Com grupos de 207 meses em média, os créditos variam de R$ 21 mil a R$ 1,36 milhão, com uma taxa de administração mediana de 0,098% ao mês.
Apesar dos altos valores de crédito envolvidos, o consórcio residencial se mostra acessível a diferentes perfis de consumidores, inclusive aqueles com renda variável ou em início de vida financeira. A possibilidade de participar sem a necessidade de comprovação de renda, comum em financiamentos tradicionais, tem atraído um público cada vez mais jovem.
Bruno Borges, diretor de marketing do Mycon, destaca a importância do planejamento financeiro para a realização do sonho da casa própria, especialmente para os brasileiros com menos de 35 anos. A flexibilidade oferecida pelo consórcio, que dispensa entrada e juros iniciais, tem sido um diferencial para esse público.
Thiago Bello, superintendente de produtos digitais de seguros do Inter, ressalta que em períodos de instabilidade econômica, as pessoas buscam alternativas de financiamento mais previsíveis e controláveis. O consórcio se destaca nesse contexto, oferecendo um cronograma claro e transparente para a aquisição de imóveis.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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