15 votos a favor, 1 contra e 1 abstenção no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados garantiu, nesta quarta-feira (28), com 15 votos a favor, um voto contra e uma abstenção, a aprovação do parecer que solicita a cassação do deputado federal Chiquinho Brazão (Sem Partido-RS), sob a acusação de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
A decisão do Conselho de Ética representa um passo significativo no processo que pode resultar na eliminação do mandato de Chiquinho Brazão, demonstrando a seriedade das acusações e a necessidade de responsabilização. A revogação do mandato de um parlamentar é uma medida drástica, porém necessária em casos de condutas que ferem gravemente a ética e a moralidade pública.
Cassação do mandato de deputado federal envolvido com milícias
O único voto contrário à cassação foi do deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ), enquanto a abstenção veio do deputado Paulo Magalhães (PSD-BA). A defesa do parlamentar tem cinco dias úteis para recorrer ao Conselho de Ética da Casa. Para que o deputado seja destituído do cargo, o parecer ainda precisa ser aprovado pelo plenário da Câmara.
A colega de partido de Marielle, a deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL-SP), emocionou-se ao mencionar o assassinato da vereadora e ressaltou a expansão das milícias no Rio de Janeiro. Ela destacou a importância de Marielle como uma representante exemplar que lutava em defesa das pessoas mais vulneráveis. A deputada afirmou que as milícias no Rio de Janeiro só têm força devido às relações profundas que mantêm com autoridades políticas em diversos níveis, desde as câmaras municipais até o Judiciário.
A cassação do mandato de Chiquinho Brazão foi apoiada por parlamentares que anteriormente haviam votado pela sua soltura, quando ele foi preso em março deste ano por obstrução da Justiça. O deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB) explicou que votou pela soltura por considerar a prisão ilegal, mas agora reconhece a importância de agir em conformidade com o decoro parlamentar. O deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO) também se manifestou, alertando para o perigoso caminho seguido pelo estado do Rio de Janeiro.
A relatora do caso, deputada Jack Rocha (PT-ES), concluiu seu voto pedindo a cassação do mandato de Brazão, argumentando que as acusações são sustentadas por evidências significativas. Rocha citou o relatório da Polícia Federal que revela um cenário alarmante de corrupção e crime organizado nas supostas relações da família Brazão com grupos milicianos do Rio de Janeiro.
A preservação da honra coletiva do Parlamento foi destacada como justificativa para a cassação, com a deputada enfatizando que a imagem do Legislativo não pode ser manchada por indivíduos envolvidos em atividades ilícitas. A deputada ressaltou a importância de manter a integridade e a confiança dos cidadãos na capacidade da Casa de legislar com transparência e ética.
Fonte: @ Agencia Brasil
Comentários sobre este artigo