Congresso rejeita emendas impositivas na recomposição orçamentária de prerrogativas parlamentares, na noite, arcabouço fiscal.
Através do @estadao | O Congresso Nacional deu início a um movimento de reação ao Supremo Tribunal Federal (STF) após a decisão do ministro Flávio Dino de suspender todas as emendas impositivas ao Orçamento.
Os membros do Parlamento estão discutindo estratégias para lidar com essa situação inesperada. É fundamental que haja diálogo entre o Congresso e o STF para resolver esse impasse de forma equilibrada e transparente.
Congresso rejeita MP de recomposição orçamentária na CMO
O primeiro ato foi a rejeição na noite desta quarta-feira, 14, na Comissão Mista de Orçamento (CMO), de uma Medida Provisória (MP) que previa recomposição orçamentária de R$ 1,3 bilhão para o Poder Judiciário e o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). O parecer pela rejeição da medida, relatada pelo deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB), ainda precisa passar pelo plenário da Câmara. Se for também rejeitado nessa votação, não precisará ser enviado ao Senado. Durante a análise da CMO, o único deputado a criticar o movimento contra o Judiciário foi Orlando Silva (PCdoB-SP).
Parlamentares defendem prerrogativas do Congresso
‘Objetivamente, me parece uma resposta política a uma decisão manifestada por um ministro do Supremo Tribunal Federal’, disse Orlando. Integrante da base do governo, ele afirmou defender as prerrogativas parlamentares e competências constitucionais do Congresso, mas pregou diálogo político com o STF. ‘A resposta baseada em uma reação intempestiva não ajuda. Deveríamos ter resposta, se necessário for, baseada na razão. Se erro foi cometido pelo Supremo, (com) outro erro do Parlamento, somar dois erros não produz um acerto’, emendou.
Relator do arcabouço fiscal critica MP
O deputado Claudio Cajado (PP-BA), relator do arcabouço fiscal na Câmara, defendeu a rejeição da MP. ‘Posso dizer sem nenhum receio, como relator do arcabouço fiscal, que essa Medida Provisória fulmina de morte o conceito que essa Casa votou ao aprovarmos o arcabouço’, declarou. Ele criticou o possível uso dos recursos para aumento de salários. Cajado havia pedido à Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira (Conof) da Câmara um parecer sobre a MP.
Os deputados articulam aprovar também um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para sustar os efeitos da MP, que foi editada em 4 de julho, com validade imediata. Orlando Silva disse que a rejeição da medida deve ter efeito nulo, já que os recursos já estão sendo usados. Pessoas que acompanham o assunto dizem que o recado político ao STF será dado mesmo que as consequências práticas sejam pequenas. A MP foi editada para cumprir determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) para compensar o limite de gastos calculado entre 2017 a 2019 para o Judiciário e entre 2017 e 2022 para o CNMP, porque, segundo a Corte de Contas, essas verbas deveriam ter sido contabilizadas fora dos limites fiscais.
Dino suspendeu na quarta-feira todas as emendas impositivas de parlamentares ao Orçamento da União até que o Legislativo crie regras para a execução desses recursos que observem requisitos de transparência, rastreabilidade e eficiência. Deputados e senadores chegaram a prever para a quarta-feira a votação de mudanças nas chamadas Emendas Pix.
Fonte: © Direto News
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