Trump promete impor tarifas contra México, Canadá e China, em estratégia de remodelar comércio global, com acordo comercial entre os três países negociado pelo próprio Trump, e uma guerra comercial seguida pelo governo de Biden, com retaliação contra os três países.
O cenário político internacional está se agitando, com a perspectiva de mudanças significativas no comércio global. O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, está deflagrando uma corrida contra o tempo para reformar radicalmente o panorama comercial a partir de janeiro, quando tomará posse na Casa Branca.
Com o objetivo de remodelar de forma drástica o _comércio_, Trump já começou a dar sinais de que vai reavaliar todos os acordos comerciais que envolvem os principais parceiros dos EUA. Em primeiro lugar, estão os países da América do Norte, México e Canadá. Além disso, a atenção será dirigida à China, o maior parceiro comercial dos Estados Unidos. O presidente eleito já havia ameaçado impor tarifas a esses países, o que poderia afetar negativamente o _mercado internacional.
Ampliação do Comércio Internacional Incita Controvérsias
A medida adotada pelo presidente eleito nos EUA de impor tarifas de importação de 25% sobre o Canadá e de 10% sobre a China se enquadra na estratégia de remodelar o comércio global, com o objetivo de torná-lo mais vantajoso para o país. Essa ação se baseia em uma crítica ao déficit comercial dos EUA com os principais mercados dos produtos americanos. De acordo com analistas, impor tarifas sobre o México e o Canadá não faz sentido, pois isso violaria o acordo comercial entre os três países negociado pelo próprio Trump em 2020, quando assinou o USMCA, o tratado de livre-comércio que substituiu o Nafta.
A ameaça surpreendeu por incluir o Canadá, visto que Trump havia adiantado durante a campanha sobre seus planos de tarifar importações apenas da China e do México. Os EUA importam mais de US$ 400 bilhões em produtos do Canadá por ano. O comércio entre esses países é tão entrelaçado que a Associação de Fabricantes de Peças Automotivas do Canadá destacou que metade dos carros fabricados no Canadá são de empresas americanas e metade das peças que entram em todos os carros fabricados no Canadá vêm de fornecedores dos EUA, além de mais da metade das matérias-primas serem de fontes americanas.
Essa relação comercial estreita entre os países levou o presidente eleito a prometer punir seu vizinho com tarifas de importação de 25% em razão das alegações de que os dois governos ‘ajudam gangues criminosas a permitir a passagem da fronteira com os EUA de imigrantes ilegais e de drogas, em particular o fentanil’, um opióide que virou um problema de saúde pública. Ao mesmo tempo, a China será sobretaxada em 10% como resposta à postura ‘leniente’ do país quanto à exportação de fentanil. A promessa é que as tarifas permanecerão em vigor até o momento em que as drogas, em particular o fentanil, e todos os estrangeiros ilegais param a invasão de seu país.
Esse movimento é visto como uma parte de uma estratégia mais ampla do presidente eleito para remodelar o comércio internacional, com o objetivo de torná-lo mais vantajoso para os EUA. A decisão é vista como uma continuação da política de Trump de usar as tarifas como uma ferramenta para extrair concessões em uma série de objetivos de política externa. No entanto, como observado por especialistas, qualquer forma de retaliação a ser feita contra os três países pode ter efeitos bumerangue, afetando o comércio e a economia dos EUA.
Fonte: @ NEO FEED
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